Estudo inédito mostra a dificuldade de acesso a alimentos saudáveis nas favelas brasileiras

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) investigou a influência do ambiente alimentar nas escolhas feitas pelos moradores de favelas brasileiras. A pesquisa identificou que esses moradores enfrentam dificuldades para ter acesso a alimentos saudáveis, devido à falta de informação sobre uma alimentação adequada, restrições financeiras e poucos estabelecimentos que oferecem opções saudáveis a preços acessíveis.

As autoras do estudo conduziram grupos focais online com moradores de favelas de diferentes regiões do Brasil. A maioria dos participantes era do sexo feminino e com idades entre 18 e 30 anos. O estudo apontou que os moradores enfrentam desafios significativos em seu ambiente alimentar, com dificuldades de acesso físico e financeiro a alimentos saudáveis, enquanto produtos ultraprocessados são amplamente disponíveis e promovidos.

Segundo Luana Lara Rocha, pesquisadora da UFMG, os participantes expressaram o desejo de incluir mais verduras, legumes, frutas, carnes, arroz e feijão em suas dietas, mas os preços elevados desses alimentos representam um obstáculo. A falta de tempo também é uma barreira para diversificar a alimentação e preparar refeições de melhor qualidade.

O estudo ressalta a importância de entender as particularidades das comunidades das favelas e como esses conhecimentos podem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a oferta de alimentos saudáveis a preços acessíveis. Além disso, os pesquisadores desenvolveram um instrumento para avaliar a percepção do acesso aos alimentos nessas comunidades, visando coletar informações sobre o ambiente alimentar, a segurança alimentar e nutricional, e o estado nutricional das crianças.

Esses dados serão apresentados aos responsáveis pelas políticas públicas de alimentação, nutrição e segurança alimentar e nutricional, visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores de favelas.