Estudo de brasileiros e angolanos constata morte de maioria das tartarugas capturadas na costa de Angola

Um estudo divulgado recentemente aponta que 59% das tartarugas marinhas capturadas acidentalmente na costa angolana morrem durante atividades de pesca. A pesquisa foi realizada por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e internacionais, incluindo a Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto, em Angola, e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Durante oito meses, foram capturadas um total de 1624 tartarugas marinhas em duas comunidades costeiras estudadas. As espécies mais afetadas foram as tartarugas-oliva, consideradas vulneráveis, seguidas pelas tartarugas-verdes.

Os pesquisadores realizaram uma análise detalhada entre agosto de 2015 e março de 2016. Pescadores foram entrevistados para fornecer informações sobre as capturas acidentais de tartarugas, enquanto outros pescadores monitoraram suas próprias viagens para registrar dados relevantes sobre a quantidade e o estado das tartarugas capturadas.

Altas taxas de captura e letalidade de tartarugas podem ter impactos negativos no ecossistema, prejudicando o controle populacional de crustáceos, peixes e outros animais marinhos. Para ajudar na proteção das tartarugas marinhas, o governo angolano emitiu um decreto que regula a pesca na região, proibindo a pesca de arrasto em áreas críticas. A pesquisadora do estudo destaca a importância da adoção de medidas pela comunidade local para proteger essas espécies ameaçadas.

Os pesquisadores pretendem estudar futuramente os impactos da pesca industrial nas tartarugas marinhas, além de intensificar programas de sensibilização nas comunidades pesqueiras de Angola.