Estudo Aponta Que Espécies de Vespas São Maiores À Medida Que Hábitats Se Aproximam Do Equador

Um grupo de pesquisadores brasileiros conseguiu demonstrar a relação entre a latitude e variáveis ecológicas no tamanho corporal das vespas. A conclusão é que, quanto mais próximo do Equador for o habitat, maiores são as espécies do gênero Polistes. Amplamente distribuído em todo o mundo, esse gênero serve como um modelo para analisar padrões mais gerais das vespas.

O estudo, publicado no Biological Journal of the Linnean Society, refuta uma teoria do século XIX que afirmava que os maiores animais estavam em latitudes mais altas ou regiões mais frias do planeta.

Os pesquisadores concluíram que as espécies de locais próximos ao Equador, com temperaturas mais altas e pouca sazonalidade, tendem a ser maiores do que aquelas em altas latitudes, mais próximas do hemisfério norte e com clima mais frio. Isso vai contra a chamada regra de Bergmann, que prevê organismos maiores em latitudes mais altas ou em climas mais frios.

O estudo se opõe à regra de Bergmann, se adaptando ao que já havia sido postulado como o oposto dessa regra. Os pesquisadores analisaram exemplares de vespas de 39 espécies pertencentes ao gênero Polistes, que ocorrem do Canadá à Argentina, representando as Américas como um todo.

A escolha dessas espécies americanas do gênero Polistes foi devido à filogenia bem resolvida do grupo nessa região. Os dados foram analisados por ferramentas estatísticas que mostraram uma relação direta entre a latitude e o tamanho do corpo.

O estudo também destacou a importância da conservação das coleções entomológicas, que fornecem material para o estudo contínuo das espécies e suas relações.