Espécie de ave presente na Colômbia e no Peru é registrada pela primeira vez na Amazônia brasileira

Um estudo realizado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) confirmou que o tangará-do-oeste (Chiroxiphia napensis) está presente em parte da região amazônica. Este é o primeiro registro da ave no Brasil e amplia significativamente o conhecimento sobre a distribuição geográfica dessa espécie. A descoberta foi publicada em um artigo na revista científica “Acta Amazonica”.

Os pesquisadores identificaram o tangará-do-oeste a partir da observação de um exemplar coletado em 2014, na margem direita do rio Japurá, no Amazonas. O estudo também mapeou a distribuição geográfica de outras duas espécies próximas, o tangará-príncipe (C. pareola) e o tangará-de-coroa-amarela (C. regina), na Amazônia. Embora essas espécies sejam frequentemente confundidas com populações do tangará-príncipe, apresentam diferenças na plumagem.

Análises filogenéticas moleculares anteriores, que examinam as diferenças genéticas das espécies através do DNA, também apoiaram o reconhecimento das três aves como espécies distintas. A equipe utilizou registros de museus e observações de campo para revisar e ampliar os mapas de distribuição das espécies do complexo Chiroxiphia pareola.

De acordo com a pesquisa, o tangará-do-oeste está presente no Brasil, principalmente na área entre os rios Japurá e alto Amazonas. Ele possui uma pelagem preta e azul no dorso e vermelha na cabeça, sendo anteriormente registrado apenas na Colômbia e no Peru.

Os novos achados alteram a compreensão da biodiversidade da Amazônia e têm implicações importantes para a conservação dessas espécies. A ampliação da distribuição geográfica dessas aves pode levar a ajustes nas medidas de proteção para garantir sua preservação. Além disso, a pesquisa desafia a ideia de que as vastas áreas da Amazônia são homogêneas em termos de biodiversidade, revelando que ainda há muito a ser descoberto.