Encontro Capacita Articuladores em Convivência Escolar

O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), realizou nesta quinta-feira, 13 de março, em Brasília (DF), o Encontro Formativo da Rede Nacional de Articuladores Técnicos do Programa Escola das Adolescências (Renapea), que faz parte de um grupo de trabalho sobre clima e convivência nas escolas.

O GT é uma iniciativa do MEC que conta com o apoio da Fundação Carlos Chagas; do Unicef; do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social; da Fundação Roberto Marinho; e da Roda Educativa, organizações referência no tema. O grupo, que inclui dez articuladores da Renapea, foi criado a partir de necessidades apontadas pelas comunidades escolares durante a Semana da Escuta das Adolescências. Suas ações buscam identificar e analisar as melhores práticas para a melhoria da convivência nas escolas dos anos finais do ensino fundamental.

“A Escuta Nacional das adolescências apontou para a necessidade de melhorar o clima e a convivência escolar, e, nesse sentido, o programa Escola das Adolescências constituiu um Grupo de Trabalho para desenvolver estratégias e recomendações nesse sentido, de forma a promover trajetórias escolares de sucesso”, disse Tereza Farias, coordenadora-geral de Ensino Fundamental da SEB.

O pesquisador doutor da Fundação Carlos Chagas Adriano Moro, coordenador da pesquisa Leituras Guiadas com integrantes de equipes gestoras dos anos finais, explicou que um clima escolar positivo envolve bons relacionamentos interpessoais; um ambiente de cuidado e confiança; espaços de participação e de resolução dialógica dos conflitos; ações que propiciem proximidade dos pais e da comunidade; boa comunicação entre os vários segmentos; senso de justiça, proporcionando um ambiente estimulante e apoiador, no qual os indivíduos se sentem seguros, engajados e pertencentes à escola.

O grupo de pesquisa de leituras guiadas já ouviu gestores de 100 escolas de anos finais com embasamento no livro “Processo de Melhoria Contínua nas Escolas”. Na oficina formativa desta quinta-feira, os articuladores técnicos da Renapea se apropriaram da metodologia para replicar o processo de escuta com gestores escolares em dez unidades da federação.

A articuladora Ana Mária Gadelha, representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) do Ceará, avalia que “No encontro pudemos participar de momentos de escuta e de reconhecer e perceber a importância do coletivo para tomada de decisão com segurança”.

Ao fim do levantamento, o GT objetiva construir um guia de clima escolar positivo, embasado na realidade das escolas da rede pública brasileira, para apoiar o processo de formação continuada desenvolvido pelo Escola das Adolescências.

Escola das Adolescências – O Programa Escola das Adolescências, instituído pela Portaria nº 635/2024, é uma estratégia do governo federal de apoio técnico-pedagógico e financeiro para fortalecer os anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). Conjugando esforços da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a iniciativa busca construir uma proposta para essa etapa de ensino que: conecte-se com as diversas formas de se viver a adolescência no Brasil; promova um espaço acolhedor; e impulsione a qualidade social da educação, melhorando o acesso, o progresso e o desenvolvimento integral dos estudantes.

A política inclui produção e divulgação de guias temáticos sobre os anos finais do ensino fundamental, assim como incentiva, financeiramente, escolas priorizadas segundo critérios socioeconômicos e étnico-raciais. Além disso, encoraja maior conexão com as características dos anos finais, para apoiar a construção de trajetórias de sucesso escolar. Suas estratégias se dividem em três eixos: governança; organização curricular e pedagógica; e desenvolvimento profissional.