Elon Musk compartilhou sua visão distópica para o futuro na quinta-feira, enquanto participava remotamente da Conferência Viva Technology em Paris. Um membro da plateia perguntou se a IA um dia substituiria Musk, expressando preocupações reais sobre a automação que está tirando empregos – situação que muitos já enfrentam. O dono de X, xAI, Tesla e SpaceX desviou-se para uma resposta em espiral direto da ficção científica.
“Em um cenário benigno, provavelmente nenhum de nós terá emprego”, disse Musk. “Mas nesse cenário benigno, haverá uma renda alta universal, não uma renda básica universal. Não haverá escassez de bens e serviços.”
Musk continuou descrevendo um cenário que ele descreveu como “o mais provável” no qual os humanos vivem uma vida abundante, alimentada por companheiros robôs inteligentes. Ele afirmou a presença não apenas de renda básica universal, mas “renda alta universal” de forma muito objetiva. Mas nesse futuro, onde dinheiro e trabalho não são problemas, Musk descreveu questões existenciais em que os humanos carecem de propósito.
“Se um computador e os robôs puderem fazer tudo melhor do que você, então… sua vida tem significado? Essa será realmente a questão no cenário benigno”, explicou Musk.
Na realidade de curto prazo, a IA é uma ameaça aos empregos para indivíduos de baixa a média renda. Isso não quer dizer que a IA possa fazer um trabalho tão bem quanto um humano, mas alguns executivos gostariam de ver a tentativa. A Duolingo supostamente demitiu vários tradutores à medida que a empresa passava para a IA. A Nvidia está trabalhando com uma empresa para desenvolver enfermeiros IA que custam apenas $9 por hora para operar. Certamente não existe uma renda alta universal, nem mesmo muito de uma rede social para ajudar essas pessoas tão cedo. O bilionário, completamente desviado da pergunta original, então observou como os humanos podem dar significado aos sistemas de IA.
“Então, se você pensar na forma como nosso cérebro funciona, temos o sistema límbico, que são nossos instintos e sentimentos, e então temos o córtex, que é o pensamento e planejamento”, continuou. “Mas o córtex está constantemente tentando fazer o sistema límbico feliz, então talvez seja assim com a IA. A IA está tentando fazer nosso córtex feliz, que está tentando fazer nosso sistema límbico feliz, e talvez nós somos aqueles que damos significado à IA, ou propósito, ou sim, então…”
Musk prosseguiu dizendo que essa versão mais provável da realidade se baseia na série Culture escrita pelo autor escocês de ficção científica Iain Banks. Os livros descrevem uma sociedade socialista em que uma espécie humanoide e agentes de inteligência artificial vivem em relativa harmonia, criando uma economia de “pós-escassez”. Musk é frequentemente fortemente influenciado por esses romances de ficção científica dos anos 1980 – outro que ele frequentemente cita é O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Em outros momentos durante essa conferência, Musk foi irônico com as únicas duas perguntas feitas por repórteres – uma da CNBC e outra do Business Insider. Musk interrompeu o repórter do Business Insider no meio da pergunta e disse: “Podemos interromper a pergunta agora porque eu não acho que o Business Insider seja uma publicação real.”
Ele encerrou a conversa dizendo que seu maior medo é, em uma palavra, a IA. Em outros momentos, ele descreveu como sua maior preocupação com a IA é que os sistemas da OpenAI, Google e Meta não são “maximalmente buscadores de verdade” e, com isso, ele quer dizer que são politicamente corretos. Musk, que há pouco tempo assinou uma carta exigindo uma pausa no desenvolvimento de IA pelo bem maior, agora se juntou à rápida corrida de IA com sua startup xAI e o chatbot Grok. Ele considera sua startup como a única empresa de IA que salvará a humanidade de todas as outras, mas é assim que todas as startups de IA falam sobre si mesmas.
