Dores Em Violinistas Estão Associadas À Alteração Postural E Tempo De Prática

Um estudo recente verificou a presença de dores, modificações posturais e limitações funcionais em 38 violinistas profissionais jovens, com idade média de 20 anos, que atuam em orquestras de universidades públicas e instituições privadas na cidade de São Paulo. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Avaliação Musculoesquelética do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e constatou que a dor nos ombros, trapézio e músculos romboides está relacionada com o tempo de prática profissional dos músicos, assim como com as posturas disfuncionais adquiridas ao longo de suas carreiras.

Para o estudo, a fisioterapeuta Fabíola Carvalho Lopes utilizou o Software de Análise Postural (Sapo) para analisar fotos das alterações posturais dos violinistas, além de aplicar três questionários: Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor, MaGill para informações sobre a localização e intensidade da dor, e DASH para verificar a funcionalidade dos membros superiores em situações do dia a dia. Os resultados ressaltam a importância de compreender os efeitos das posturas disfuncionais adotadas pelos músicos durante a prática profissional de violino na saúde muscular.

Um estudo mencionado na pesquisa aponta que a dor é um sintoma comum entre músicos, levando a consultas médicas em cerca de 85% dos casos. As alterações posturais mais frequentemente observadas incluem inclinação da cabeça, alteração escapular e cifose torácica, correlacionadas com o tempo de estudo semanal e anual. A professora Silvia Maria Amado João, orientadora do estudo, destaca que foi identificada incapacidade funcional para realizar atividades diárias devido às modificações posturais desenvolvidas pelos violinistas. Os resultados foram publicados no Journal of Bodywork and Movement Therapies e fizeram parte de uma dissertação de mestrado.