Nos próximos dois anos, o estado de São Paulo planeja inaugurar sua primeira usina de dessalinização de água. De acordo com o edital publicado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) neste mês, a companhia está em busca de empresas interessadas em construir essa usina. O local escolhido para a construção é o município de Ilhabela, localizado no litoral norte do estado, com previsão de implantação em 2026. Com essa iniciativa, a Sabesp pretende transformar água do mar em água potável para diversificar a matriz hídrica de São Paulo.
O coordenador da Câmara Técnica Nacional de Dessalinização e Reuso de Água da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, Renato Giani Ramos, destacou a importância de diversificar a matriz hídrica, considerando a escassez hídrica enfrentada no passado em São Paulo. Ele ressaltou que é crucial trabalhar com diferentes recursos para alcançar o equilíbrio necessário.
Segundo o edital, a usina de dessalinização será construída nas margens do Ribeirão Água Branca, captando água salobra da região próxima à balsa, com a tecnologia de osmose reversa. Esta tecnologia consiste em aplicar alta pressão à água do mar, separando o sal do líquido por meio de membranas. Após esse processo, a água é tratada e obtida água limpa, enquanto as partículas de sal concentradas são diluídas em água e devolvidas ao ponto de captação. Antes da dessalinização, a água passará por um pré-tratamento e a usina deverá captar 40 litros de água salgada por segundo, processando e liberando pelo menos 20 litros por segundo para abastecer cerca de um quarto da população de Ilhabela.
Além da usina de dessalinização, a empresa vencedora da concorrência do edital terá a responsabilidade de construir um centro de educação ambiental, com auditório e painéis fotovoltaicos.
