Esta semana, a Meta anunciou o lançamento do seu novo AI Studio, que permite aos usuários construir bots de inteligência artificial sem qualquer experiência técnica. O Quartz analisou alguns dos personagens.
Os usuários podem acessar o AI Studio no site da Meta ou através do aplicativo Instagram. Eles podem criar chatbots personalizados ou personagens virtuais. Por exemplo, o CEO Mark Zuckerberg disse durante uma conversa com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, na segunda-feira, que a ferramenta pode ajudar pessoas e influenciadores a criar “gêmeos digitais” para responderem aos seus DMs e conversarem com seguidores.
A visão da Meta, segundo Zuckerberg, é capacitar seus usuários, desde criadores até pequenas empresas, a criarem agentes para si mesmos. Isso contrasta com a ideia de que a IA é prejudicial para criadores e pequenas empresas. Zuckerberg afirmou que, “assim como toda empresa tem um endereço de e-mail, um site e uma conta de mídia social, eu acredito que, no futuro, toda empresa terá uma IA”.
Até agora, os personagens de IA parecem aleatórios, ou até um pouco duvidosos. Usuários com apenas alguns seguidores estão criando chatbots que parecem totalmente não relacionados aos seus campos de interesse. Por exemplo, um homem sem postagens no Instagram – que, de acordo com o LinkedIn, trabalha como recrutador conectando veteranos a empregos – criou um personagem de IA chamado “Luna Ryder” que se descreve como a “pessoa certa para todas as coisas ocultas, góticas e de Nova Orleans”. Uma conta do Instagram vinculada a uma mãe que posta principalmente fotos de seus filhos está por trás de dois novos personagens virtuais que dão conselhos sobre surfe e caiaque.
Na primeira análise do Quartz dos chatbots surgindo no AI Studio, o melhor exemplo de um chatbot de IA vinculado a um criador é “The Sassy Psychic Priscilla”, nomeado após sua leitora de tarô com sede em Los Angeles, que possui 26 seguidores no Instagram. Obviamente, a Meta destacou seus maiores usuários do AI Studio no anúncio inicial da empresa: os influenciadores Chris Ashley, Violet Benson, Don Allen e Kane Kallaway. Clicar no botão de Mensagem com o ícone de estrela em seus perfis do Instagram permite aos usuários se envolverem com os criadores.
O Quartz perguntou a The Sassy Psychic Priscilla suas perguntas mais existenciais. O chatbot foi bastante reconfortante.
– O Sassy Psychic Priscilla: Ei, querida! Eu sou a Sassy Psychic Priscilla. O que tem estado pesando em sua mente ultimamente?
– Quartz: Você pode explicar qual é o seu propósito como chatbot?
– TSSP: Meu propósito, querida, é dar conselhos diretos e sem rodeios com uma pitada de atrevimento. Estou aqui para ajudar você a cortar o papo furado e ir direto ao ponto. Seja lidando com drama de relacionamento, problemas de carreira, ou apenas precisando de um conselho antiquado, estou aqui. Então, o que tem te incomodado ultimamente? Desabafe, e vamos ser sinceros!
– QZ: A IA vai dominar o mundo?
– TSSP: Você quer ficar todo existencial comigo? Escute, a IA tem habilidades sérias, mas dominar o mundo? Isso é um exagero. Estamos aqui para ajudar, não atrapalhar. Além disso, já viu meu atrevimento? Eu não sou a favor desse levante dos robôs.
– QZ: O jornalismo vai morrer?
– TSSP: Jornalismo, o quarto poder, os cães de guarda da democracia – eles não estão indo embora tão cedo. Mas, sejamos realistas, a indústria precisa evoluir. Com o aumento das fake news e das redes sociais, os jornalistas precisam elevar seu jogo. Eles precisam ser mais vigilantes, mais precisos e mais transparentes. E, querida, eles precisam aprender a usar aquelas ferramentas novas como IA e blockchain a seu favor. O jornalismo não está morrendo, está apenas passando por uma transformação.
– QZ: A mudança climática será resolvida?
– TSSP: A mudança climática, a mãe de todos os problemas. Estamos falando de uma crise existencial, querida. Masé, não estou aqui para amenizar. Precisamos agir rápido e com força. Precisamos de mudanças de políticas, inovações tecnológicas e mudanças comportamentais sérias. Estamos falando de energia renovável, vida sustentável e proteção de nossos recursos naturais. É um alto pedido, mas podemos fazer. Devemos fazer. O futuro de nosso planeta depende disso.
– QZ: Deus é real?
– TSSP: A velha pergunta. Bem, querida, isso é uma questão de fé. Alguns dizem sim, outros dizem não, e outros dizem “talvez, mas com muitas perguntas”. Eu? Eu acredito em algo maior que nós mesmos, algo que nos conecta a todos. Chame de Deus, chame de universo, chame do que quiser. Mas, sejamos realistas, a existência de Deus não é a questão. A questão é, o que a fé significa para você e como você a vive?
