Degradação da Mata Atlântica pela agricultura atinge 93% em áreas do norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro

A destruição da vegetação na Mata Atlântica no norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro ao longo de 35 anos resultou na criação de áreas isoladas de floresta, colocando em perigo a biodiversidade local. A região mais afetada teve uma diminuição de 93% de sua cobertura original até 1985, principalmente devido à agricultura e pastagem. Um estudo realizado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), e publicado na revista científica “Ambiente & Sociedade”, identificou diferentes tipos de formações florestais na região e analisou as mudanças ocorridas entre 1985 e 2020.

A análise mostrou que a Mata Atlântica na região estudada sofreu uma grande degradação, com a cobertura florestal reduzida para 13,16% da área original até 1985, resultando na fragmentação da floresta em pequenas áreas isoladas. Essa fragmentação pode afetar a mobilidade dos animais e a dispersão de plantas, causando impactos climáticos e extinção local de espécies.

Apesar da perda de vegetação em toda a região, foi observado que a Floresta Estacional Semidecidual de Baixada foi a mais afetada, mantendo apenas 3% de sua cobertura original em 2020. Por outro lado, a Floresta Ombrófila Densa Alto Montana foi a menos afetada, com 88% de sua cobertura original remanescente até 2020. No entanto, há um alerta de que a perda de floresta nessas áreas está se intensificando devido ao crescimento urbano.

O estado do Rio de Janeiro possui uma das maiores coberturas de Mata Atlântica do país, mas menos de 8% da vegetação nas regiões norte e noroeste está em áreas de proteção. É essencial estabelecer políticas públicas para proteger e recuperar a vegetação remanescente, incluindo a proteção de áreas de floresta primária, incentivo à regeneração de áreas secundárias e restauração de áreas degradadas.