Os produtos ultraprocessados são aqueles que contêm diversos ingredientes, como sal, açúcar, gordura e substâncias industriais para conservação ou realce de sabor. Um estudo publicado recentemente revelou que esses alimentos são os segundos mais adquiridos por brasileiros residentes em áreas rurais, com uma frequência de 62%, ficando atrás apenas dos alimentos in natura, presentes em quase 95% desses lares.
Entretanto, nas áreas urbanas, a compra de ultraprocessados é ainda maior, com uma frequência de 74%. Já nos centros urbanos, o segundo grupo mais consumido são os alimentos processados, com uma frequência de 81%. Por outro lado, a prática de cultivar alimentos em casa, geralmente associada ao consumo de produtos frescos, é dez vezes mais comum no meio rural, atingindo uma frequência de 31%, contra pouco mais de 3% nas cidades.
A pesquisa analisou mais de 49 mil domicílios e os locais de compra foram classificados em categorias como supermercados, padarias, pequenos mercados, frutarias e produção em casa. O estudo utilizou a classificação NOVA para identificar os alimentos adquiridos, levando em conta o grau de processamento, desde alimentos in natura até os ultraprocessados.
O estudo ressalta a importância de priorizar a tributação e a regulamentação da publicidade de alimentos ultraprocessados, incentivando o acesso a alimentos in natura e minimamente processados. Medidas como apoio aos pequenos produtores e feiras livres podem contribuir para escolhas alimentares mais saudáveis, especialmente entre a população mais vulnerável.
A influência do ambiente alimentar nas escolhas individuais, considerando a disponibilidade, acessibilidade, qualidade e promoção de alimentos, destaca a importância dessas descobertas para elaboração de estratégias e intervenções que promovam mudanças positivas na alimentação.