Essas decisões, juntamente com preocupações sobre futuros cortes de financiamento, levaram a um êxodo de pesquisadores dos Estados Unidos, com cientistas agora buscando continuar suas carreiras fora do país. Uma análise publicada na Nature descobriu que 75 por cento dos cientistas americanos pesquisados estavam considerando deixar o país. Enquanto isso, dados da Nature Careers, uma plataforma global de emprego científico, revelam que entre janeiro e março deste ano, profissionais americanos enviaram 32 por cento mais candidaturas para instituições estrangeiras em comparação com o mesmo período em 2024. Além disso, o número de usuários americanos explorando oportunidades fora do país aumentou em 35 por cento.
Ao mesmo tempo, o interesse internacional em trabalhar nos Estados Unidos diminuiu significativamente. Durante o primeiro trimestre do ano, as candidaturas de cientistas do Canadá, China e Europa para centros de pesquisa dos EUA caíram 13 por cento, 39 por cento e 41 por cento, respectivamente.
Diante desse cenário, instituições europeias intensificaram seus esforços para atrair talentos dos EUA. A Universidade Aix-Marseille, na França, lançou recentemente um programa chamado “A Safe Place for Science”, com o objetivo de hospedar pesquisadores americanos demitidos, censurados ou limitados pelas políticas de Trump. Este projeto recebeu um investimento de aproximadamente €15 milhões.
Seguindo a mesma linha, a Sociedade Max Planck na Alemanha anunciou a criação do Programa Transatlântico Max Planck, cujo objetivo é estabelecer centros de pesquisa conjuntos com instituições dos EUA. “Investigadores excepcionais que precisam sair dos EUA serão considerados para posições de diretor”, disse Patrick Cramer, diretor da sociedade, ao discutir o programa.