À medida que o El Niño perde intensidade, o La Niña já está fazendo-se sentir. No entanto, da mesma forma que os efeitos do El Niño ainda estão sendo percebidos quatro meses após o pico, a influência do La Niña pode tornar-se mais evidente apenas em meados de setembro.
Até lá, entre o El Niño e o La Niña, as águas do Oceano Pacífico passam por um período de neutralidade. De acordo com a MetSul Meteorologia, esse período é conhecido como fase neutra, mas não significa normalidade no clima.
Entre a manifestação dos dois fenômenos opostos, o período chamado neutro indica que a temperatura do Oceano Pacífico tende a transitar do aquecimento para o resfriamento.
Na prática, o período de neutralidade entre El Niño e La Niña consiste em águas mais frias, das profundezas do Pacífico, emergindo na superfície. A esse fenômeno dá-se o nome de ressurgência e é ele que possibilita que o La Niña ocorra.
Durante a fase neutra, esse movimento forma “línguas” de águas mais frias do que na faixa equatorial do oceano. No entanto, as temperaturas do Pacífico estão mais próximas da média do que durante os dois fenômenos.
Em geral, durante o El Niño, as águas ficam mais quentes do que a média. E o contrário ocorre durante o La Niña, quando as águas do Oceano Pacífico resfriam mais do que o normal.
Dessa forma, embora a fase neutra seja caracterizada por não ter nenhum dos dois fenômenos em ação, o oceano oscila entre sinais de aquecimento e resfriamento. Com isso, há uma maior formação de nuvens de chuva, que tendem a causar inundações.
Embora maio seja habitualmente o mês mais frio do outono, o mês de maio de 2024 está atípico. Na segunda quinzena de maio, no entanto, a previsão é de que o bloqueio atmosférico que contribui para o cenário atípico se dissipe. Com isso, as temperaturas devem cair no Sul e Sudeste, como de costume no outono, e o ar deve ficar mais seco.
