Nesta história, com as restrições dos EUA a investimentos em inteligência artificial na China esperadas em breve, o chefe de uma importante empresa holandesa de equipamentos de fabricação de chips disse que espera mais pressão sobre os aliados dos EUA para reduzir as vendas de chips para a China.
Christophe Fouquet, CEO da ASML, disse que a maioria dos negócios da empresa na China está focada “em semicondutores convencionais”, o que “é muito diferente de AI”, durante a Cúpula de Tecnologia da Bloomberg na terça-feira. A China tem sido o maior mercado da ASML nos últimos cinco trimestres, com quase metade da receita da empresa holandesa para o segundo trimestre vindo das vendas para o país, informou a Bloomberg.
“Se olharmos para o cenário geopolítico, acho que está claro que os EUA continuará a exercer pressão sobre seus aliados por mais restrições,” disse Fouquet. “A questão é, o que é certo para os Países Baixos? O que é certo para a Europa?”
A Huawei e a Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC) dependem das máquinas de litografia DUV da ASML para fabricar chips avançados. O país tem sido incapaz de construir uma versão similar do equipamento da ASML, e a China não pode comprar as máquinas de ultravioleta extrema, ou EUV, da ASML, que são usadas para fabricar os chips mais avançados do mundo, utilizados por empresas como Nvidia e Apple.
As restrições existentes dos EUA à China estão mantendo o país “10 a 15 anos atrás quando se trata de tecnologia avançada,” disse Fouquet. Em setembro, os Países Baixos anunciaram novas regras de controle de exportação exigindo que a ASML solicite licenças de exportação com o governo de Haia, em vez dos EUA, para vender parte de seus equipamentos para a China.
As ações da ASML caíram 16% na semana passada, após publicar resultados financeiros antecipados que mostraram uma revisão para baixo das orientações para 2025.
“Embora ainda haja desenvolvimentos fortes e potencial de alta na inteligência artificial, outros segmentos de mercado estão levando mais tempo para se recuperar,” disse Fouquet no relatório de resultados da empresa. “Agora parece que a recuperação está sendo mais gradual do que anteriormente esperado.”
No entanto, Fouquet disse à Bloomberg que espera que tanto a indústria de chips quanto a ASML continuem crescendo no próximo ano.
“Também esperamos que 2026 seja um ano de crescimento,” disse ele, “mas é muito cedo para quantificar isso.”
Enquanto isso, o governo dos EUA está na fase final de revisão de restrições a investimentos dos EUA em tecnologias sensíveis, como IA, semicondutores e computação quântica, para a China. As regras finais devem ser divulgadas na próxima semana ou nas próximas semanas, segundo a Reuters.
