As antenas de celular não apenas transmitem sinais de telefone e internet, mas também têm outra função menos conhecida: ajudar na previsão de tempestades. Especificamente, as ondas que viajam entre as estruturas e os smartphones podem monitorar com alta precisão a presença de chuva.
Apesar de existirem sensores meteorológicos próprios, como os pluviômetros, as antenas de celular contribuem para melhorar as previsões, tornando-as mais precisas. Isso ocorre porque as gotas de chuva interferem na propagação das ondas eletromagnéticas de uma maneira que pode ser calculada.
A descoberta desse fenômeno ocorreu em 2016, na Alemanha. Na época, os pesquisadores Christian Chwala, Felix Keis e Harald Kunstmann desenvolveram um software capaz de obter informações sobre as precipitações atmosféricas a partir das flutuações nos sinais recebidos e emitidos pelas antenas.
Mais recentemente, durante o Mobile World Congress (MWC) 2024, a Ericsson apresentou uma API com um objetivo semelhante: medir o aumento do sinal das torres em dias chuvosos. De acordo com o artigo do Mobile Time, a tecnologia pode ser usada para verificar a intensidade, velocidade e direção de uma tempestade.
A ideia da Ericsson é aprimorar a precisão das previsões meteorológicas ao analisar em tempo real os dados emitidos pelas antenas de celular. Com a API, operadoras de todo o mundo podem participar do projeto por meio do Open Gateway.
Ao criar uma estrutura aberta entre as operadoras, é possível simplificar o trabalho dos desenvolvedores, permitindo a criação de soluções integradas às redes. Dessa forma, não é necessário adaptar as aplicações para implementá-las em uma operadora diferente.
Atualmente, não há previsão para a disponibilidade do recurso da Ericsson no Open Gateway. Paralelamente, a empresa também está trabalhando em outra API que permite contar os chips de celular em um local específico.