A concepção de uma cidade futurista linear, com nove milhões de habitantes, muros espelhados e livre de poluentes pode parecer utópica, mas os árabes estão empenhados em transformar esse conceito em realidade com a ambiciosa e dispendiosa The Line.
Imagine um edifício colossal de 500 metros de altura, se estendendo por mais de 170 quilômetros em linha reta, desde os desertos na província de Tabuk, na Arábia Saudita, até o extremo norte do Mar Vermelho. Esse é o projeto da The Line.
Para se ter uma ideia, a The Line será um pouco maior do que o Empire State Building, em Nova York, que possui 450 metros de altura. O atual prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, mede 828 metros.
Projetada para funcionar como uma cidade completa, a The Line abrigará cerca de nove milhões de pessoas, preservando 95% do território natural e utilizando energia renovável, sem carros, estradas ou emissões poluentes.
Inicialmente calculado em cerca de US$ 200 bilhões, estima-se hoje que a The Line ultrapasse a marca de US$ 1 trilhão em investimentos.
A The Line, que faz parte do gigantesco projeto NEOM, contará com outras construções inovadoras, como o porto flutuante Oxagon, o destino turístico montanhoso Trojena e a ilha de luxo Sindalah.
A cidade futurista promete ser 100% sustentável e com emissão zero de carbono, fazendo uso de fontes renováveis de energia, reciclagem de águas residuais e tecnologias de cidades inteligentes.
Apesar da proposta grandiosa, questões importantes como impactos ambientais e sociais são evitadas pela Arábia Saudita. A organização interna das construções, o transporte vertical e as implicações das paredes espelhadas ainda carecem de respostas.
O projeto almeja ser concluído até 2030, porém aspectos fundamentais como estrutura comunitária, diversidade familiar, projeções demográficas e direitos individuais não recebem destaque. O foco está na sustentabilidade ambiental, tecnologia e luxo, mas é incerto se a The Line atrairá os moradores necessários para ser bem-sucedida.
