Como a Arábia Saudita pretende reunir 9 milhões de pessoas em prédio linear de 170 km

A visão de uma cidade futurista, linear, com nove milhões de habitantes, muros espelhados e sem emissão de poluentes pode parecer utópica. No entanto, os árabes estão trabalhando há três anos em um projeto ambicioso, The Line (A Linha, em português).

A The Line é um edifício gigante de 500 metros de altura que se estende por mais de 170 quilômetros em uma linha horizontal, desde os desertos na província de Tabuk, na Arábia Saudita, até o norte do Mar Vermelho. Projetada para abrigar nove milhões de pessoas, a cidade preservará 95% do território natural e utilizará apenas energia renovável, sem a presença de carros, estradas e emissões de gases poluentes.

Com um investimento estimado em mais de US$ 1 trilhão, a The Line faz parte de um plano maior chamado NEOM. Além da The Line, o NEOM inclui o porto flutuante Oxagon, o destino turístico montanhoso Trojena e a ilha de luxo Sindalah.

A cidade promete ser 100% sustentável e com emissão zero de carbono, com um sistema de transporte baseado em um trem operado por inteligência artificial. Apesar das dimensões gigantescas, cada morador terá cerca de 1.000 m³ de volume urbano disponíveis para uso pessoal.

Entretanto, apesar dos aspectos grandiosos do projeto, há questões não abordadas, como possíveis impactos ambientais e sociais. A expectativa é que a The Line seja concluída até 2030, mas algumas questões fundamentais para o funcionamento da cidade, como organização interna das construções, transporte vertical e aspectos sociais, ainda não têm respostas claras.

O projeto da The Line enfatiza a sustentabilidade ambiental, tecnologia, luxo e inovação, sendo incerta a conclusão em menos de seis anos. O marketing prioriza esses aspectos, mas a atração de moradores necessária para o sucesso da cidade ainda é uma incógnita.