Clima: Emissão De CO2 Acelera E Já É A Mais Rápida Dos Últimos 50 Mil Anos

As emissões de dióxido de carbono (CO2) estão acelerando em um ritmo sem precedentes nos últimos 50 mil anos. Pesquisadores da Oregon State University capturaram dados preocupantes usando amostras do núcleo de gelo da Antártica Ocidental, indicando um rápido aumento nas concentrações atmosféricas de CO2. Analisando gases atmosféricos antigos presos em bolhas de ar no gelo da Antártica, recolhidos através de núcleos de perfuração, os cientistas associaram esses aumentos aos Eventos Heinrich do Atlântico Norte, ligados a rápidas mudanças climáticas globais. Durante a última era glacial, houve períodos em que os níveis de CO2 aumentaram significativamente.

Os picos de CO2, que ocorriam a cada 7.000 anos, representavam um aumento de cerca de 14 partes por milhão em 55 anos. Atualmente, um aumento semelhante acontece em apenas 5 a 6 anos de acordo com estudos publicados na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”. O fortalecimento dos ventos de oeste durante esses eventos antigos acelerou a liberação de CO2 do Oceano Antártico. Com as mudanças climáticas previstas para fortalecer esses ventos no próximo século, a capacidade do Oceano Antártico de absorver o CO2 está comprometida.

Uma tendência de aumento global de emissões de carbono está sendo destacada, apesar da diminuição nas emissões dos EUA e da desaceleração do crescimento das emissões globais. A Terra deve atingir um novo recorde de emissões de CO2 em 2024, superando os esforços falhos para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa. O contínuo aumento do CO2 na atmosfera reflete que estamos queimando mais combustíveis fósseis do que nunca.

As emissões de dióxido de carbono do mundo são principalmente provenientes da queima de combustíveis fósseis para a produção de energia e materiais. O Acordo de Paris estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões, porém os dados atuais mostram que estamos longe de cumprir esses objetivos. As mudanças climáticas estão causando ondas de calor sem precedentes em várias regiões do mundo, mesmo durante períodos de resfriamento global de curto prazo. No Brasil, por exemplo, os registros das ondas de calor aumentaram 642% nos últimos 60 anos, indicando a urgência de medidas para reduzir as emissões de CO2.