Às 18h21 do dia 7 de fevereiro de 2023, um pesquisador paulista recebeu um e-mail do crítico e curador norte-americano Jay Weissberg, diretor do evento anual Le Giornate del Cinema Muto na Itália. O pesquisador em questão, especializado em cinema silencioso, ficou surpreso ao saber que um filme desaparecido havia sido encontrado em Praga, na República Tcheca. Trata-se de uma produção norte-americana de 1925 intitulada “As maravilhas do rio Amazonas”, dirigida pelo cineasta luso-brasileiro Silvino Santos.
Silvino Santos (1886-1970) é reconhecido como um dos mais prolíficos cineastas de não ficção do Brasil no início do século XX. Ele produziu diversos filmes, especialmente na região amazônica, entre as décadas de 1910 e 1920. No entanto, o filme “Amazonas, maior rio do mundo” era considerado perdido, até que foi encontrado e identificado por meio de uma extensa pesquisa de um doutorando.
Com a confirmação da Cinemateca Brasileira, o resgate do filme perdido de Silvino Santos foi o desfecho de uma história que ultrapassou um século de esquecimento. O filme retrata uma viagem pelo rio Amazonas e seus afluentes, mostrando cenas da região amazônica, incluindo aspectos da natureza e da vida indígena.
A filmografia de Silvino Santos, embora siga uma estética colonial e não crítica, é valorizada por sua contribuição estética e documental para o cinema brasileiro da época. Suas produções refletem aspectos sociais e econômicos da região amazônica, além de oferecer um olhar histórico sobre o cotidiano e as paisagens daquele período.
Os filmes de Silvino Santos, como “No paiz das amazonas” e “Amazonas, maior rio do mundo”, tiveram grande repercussão na época e continuam a ser estudados e apreciados até os dias atuais. A redescoberta dessas obras perdidas contribui para a preservação e difusão da história cinematográfica brasileira e amazônica.