Cientistas querem usar CRISPR para evitar avanço da doença de Chagas

O inseto conhecido como bicho barbeiro é o vetor da doença de Chagas e tem sido o principal alvo para controlar a disseminação da condição. Além dos métodos tradicionais, como o uso de inseticidas e repelentes, pesquisadores acreditam que a edição genética com o método CRISPR pode facilitar o combate ao inseto.

Durante os últimos seis anos, uma equipe de pesquisadores desenvolveu ferramentas para modificar geneticamente organismos difíceis, como o bicho barbeiro. Em um novo estudo publicado na revista The CRISPR Journal, os cientistas conseguiram realizar alterações genéticas no inseto, tornando a edição de genes mais eficiente, fácil e barata em uma grande variedade de animais.

Para superar a dificuldade de microinjetar o material CRISPR nos ovos do bicho barbeiro, os pesquisadores desenvolveram a tecnologia de Transdução de Ovário Mediada por Receptor de Carga. Com isso, foi possível modificar os genes associados à cor dos olhos e da cutícula nos insetos e observar as alterações desejadas nas gerações seguintes.

Esse avanço na ciência abre caminho para a utilização da edição genética com CRISPR no controle da doença de Chagas, além de proporcionar importantes descobertas na pesquisa básica sobre os bichos barbeiros como sistema modelo para estudar a fisiologia dos insetos e a transmissão de doenças.