Cientistas descobrem que congelar minhocas evita que elas esqueçam

Um estudo recente revelou uma descoberta surpreendente: congelar minhocas pode preservar suas memórias. A pesquisa foi conduzida com a espécie Caenorhabditis elegans, que possui memórias curtas e geralmente esquece novas informações em apenas algumas horas.

A investigação, liderada pelo geneticista Oded Rechavi da Universidade de Tel Aviv, mostrou que as minhocas conseguem manter suas memórias ao serem colocadas no gelo e só as esquecem quando retornam à temperatura ambiente. Além disso, quando recebem lítio, as memórias são retidas por mais tempo, mesmo em condições normais de temperatura.

Os pesquisadores descobriram que as minhocas podem reter memórias relacionadas ao olfato por pelo menos 16 horas quando resfriadas lentamente. No entanto, ao serem retiradas do gelo, parece que o ‘relógio’ de memória é reiniciado, fazendo com que esqueçam o que aprenderam sobre o olfato em poucas horas.

Essa pesquisa sugere que a molécula de sinalização chamada diacilglicerol tem um papel fundamental nessas respostas, regulando processos celulares relacionados à memória e ao aprendizado. O estudo também levanta a questão do porquê a nitidez das memórias das minhocas muda em diferentes condições ambientais.

Por outro lado, esquecer pode ser benéfico para o cérebro humano, de acordo com outro estudo publicado na revista Cell Reports. Os neurocientistas argumentam que o ato de esquecer memórias irrelevantes é uma adaptação do cérebro a ambientes em constante mudança, permitindo comportamentos mais flexíveis e uma melhor tomada de decisões.

Esses estudos abrem caminho para avanços na pesquisa de criopreservação e biologia evolutiva, ao mesmo tempo que nos fazem repensar o papel do esquecimento na memória e na cognição.