Algumas bactérias presentes na microbiota intestinal possuem uma enzima capaz de decompor o colesterol, de forma que o composto gorduroso deixa de ser uma versão densa que entope as artérias e se torna uma forma mais inofensiva, que não é absorvida pelo corpo.
No entanto, a quebra do colesterol foi observada apenas em experimentos realizados em laboratórios. Por isso, os cientistas pretendem investigar se as bactérias da microbiota intestinal também podem alterar os níveis de colesterol no sangue em testes animais e ensaios clínicos.
A descoberta aponta caminhos para possíveis tratamentos que reduzam os níveis elevados de colesterol.
Pesquisadores analisaram genomas microbianos em amostras de fezes de 1.429 participantes e encontraram uma relação entre a presença de bactérias do gênero Oscillibacter e níveis mais baixos de colesterol. Ao procurar semelhanças genéticas entre 25 espécies de bactéria Oscillibacter, os cientistas descobriram genes que afetam o metabolismo do colesterol.
As bactérias possuem genes que codificam enzimas capazes de quebrar o colesterol. Em testes de laboratório, a hipótese de que essas bactérias podem metabolizar o colesterol foi confirmada.
Cientistas especulam sobre a possibilidade de inserir essas espécies bacterianas ou as enzimas no intestino para reduzir o colesterol em pessoas com níveis altos desse composto no sangue. No entanto, o processo apresenta desafios, como a eliminação de outras bactérias benéficas da microbiota intestinal.