Cientistas brasileiros usam CRISPR para combater a doença de Chagas

O inseto conhecido como bicho barbeiro é o vetor da doença de Chagas e tem sido alvo de pesquisa para controlar a disseminação dessa condição. Além dos métodos convencionais, como o uso de inseticidas e repelentes, a edição genética com a técnica CRISPR pode facilitar o combate a esse inseto.

Um grupo de cientistas do INCT-EM passou os últimos anos estudando maneiras de realizar alterações genéticas nesse vetor. Em um novo estudo publicado na revista The CRISPR Journal, eles demonstraram a possibilidade de modificar geneticamente o inseto, apesar de as mudanças realizadas não terem inicialmente o propósito de combater o inseto.

O processo de identificação de genes que causam mudanças visuais notáveis no inseto foi longo e publicado em vários artigos ao longo dos anos. Apesar das dificuldades encontradas para implementar o método CRISPR no bicho barbeiro, uma colaboração internacional proporcionou o sucesso do experimento.

Os pesquisadores afirmam que esse avanço na edição genética abre portas para discutir o controle da doença de Chagas por meio desse método. O Rhodnius prolixus, espécie de bicho barbeiro utilizada no estudo, pode servir de modelo para a inibição da infecção pelo protozoário responsável pela doença.