Chuva No RS Revelou Fóssil De Dinossauro De 233 Milhões De Anos

Paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria descobriram um fóssil de dinossauro com cerca de 233 milhões de anos em São João do Polêsine, no Rio Grande do Sul.

Uma equipe liderada por Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM, realizou escavações na região por aproximadamente quatro dias. Durante esse período, os pesquisadores encontraram um fóssil parcialmente exposto e conseguiram remover um bloco de rocha contendo o espécime. A exposição parcial do fóssil de dinossauro foi causada pela intensa erosão provocada pelas chuvas fortes deste ano no Rio Grande do Sul.

Após análises em laboratório, os paleontólogos identificaram que os fósseis pertenciam a um dinossauro carnívoro com 2,5 metros de comprimento, do grupo Herrerasauridae. Este é o segundo fóssil mais completo deste grupo já encontrado, sendo que outros fósseis desse grupo foram descobertos no Brasil e na Argentina.

A descoberta deste fóssil pode revelar se este dinossauro pertence a uma espécie já conhecida ou se é parte de uma nova espécie. Além disso, os fósseis fornecem insights sobre a anatomia e comportamento destes primeiros dinossauros.

As intensas chuvas no Rio Grande do Sul em maio foram consideradas a maior tragédia climática da história do estado, mas desempenharam um papel crucial na descoberta do fóssil. O processo natural de intemperismo, acelerado pela erosão provocada pelas chuvas, expôs os fósseis, auxiliando na descoberta.

A equipe do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM monitora a região para proteger os fósseis expostos pela enchente no Rio Grande do Sul. Apesar dos prejuízos causados pela enchente, ela revelou um tesouro paleontológico, lembrando que o Rio Grande do Sul é um dos estados mais ricos em fósseis da era mesozoica.

Em 2022, os paleontólogos do mesmo Centro de Pesquisa descobriram o fóssil de uma nova espécie de dinossauro, ancestral do pterossauro, também em São João do Polêsine.