No ano passado, os Estados Unidos declararam que os submarinos seriam cruciais em um cenário de guerra contra a China, ressaltando sua superioridade bélica em relação ao país asiático.
Parece que a China captou a mensagem, já que, além de expandir sua frota naval, cientistas chineses revelaram em abril uma grande inovação na tecnologia de propulsão. Desenvolvido pela Universidade de Engenharia de Harbin, ao norte da China, esse método utiliza propulsão a laser, tornando os submarinos ultrarrápidos e quase imperceptíveis.
A técnica envolve um sistema com fibras ópticas minúsculas emitindo pulsos de laser que transformam a água do mar em vapor, gerando plasma que se expande e cria uma onda de detonação. Com isso, os submarinos chineses se tornariam ultrarrápidos, enquanto a propulsão a laser economizaria combustível.
Os cientistas acreditam que essa inovação se tornaria uma carta na manga para os submarinos chineses, possivelmente permitindo que se movam em velocidade supersônica, mas de forma silenciosa. A combinação de velocidade e furtividade poderia revolucionar os submarinos de guerra, tornando-os quase invencíveis em ataques contra navios de guerra e navios comerciais.
No entanto, há um obstáculo para implementar essa tecnologia: a cavitação. A maioria dos submarinos utiliza propulsores – ou hélices – que, ao ganharem velocidade, formam bolhas de água. Essas bolhas, ao estourar, emitem sons captados por sonares passivos.
Apesar disso, os cientistas acreditam que o método de propulsão a laser poderia ser aplicado em armas submarinas, aumentando o alcance de torpedos e mísseis. A Universidade de Harbin, responsável pelo projeto, é uma das “Sete Irmãs da Defesa Nacional”, universidades chinesas focadas em pesquisas militares.
Outra universidade chinesa desenvolveu uma tecnologia de detecção capaz de identificar submarinos mais silenciosos. Os submarinos a laser da China, além de rápidos, buscarão ser silenciosos, o que proporciona ao país uma vantagem dupla.
Os criadores do projeto testaram a tecnologia de detecção no Mar do Sul da China, região de grande tensão militar com os Estados Unidos. A tecnologia conseguiu captar ondas eletromagnéticas fracas geradas por um propulsor a mais de 20 km de distância, além de rastrear alvos militares por meio de sinais de baixa frequência.
Ao contrário dos submarinos a laser, essa tecnologia de detecção não é um protótipo, com evidências de sua eficácia publicadas em um estudo recente.