Desde a sua estreia em 2022, o chatbot de inteligência artificial generativa ChatGPT da OpenAI popularizou a AI. Chatbots semelhantes de diferentes empresas nasceram: Claude da Anthropic, Gemini do Google, CoPilot da Microsoft. Qualquer pessoa importante no Vale do Silício investiu, desenvolveu ou integrou AI em seu trabalho.
Mas parece que o ChatGPT não irá destronar os motores de busca “clássicos” da internet — principalmente o seu rei, o Google Search — tão cedo. Enquanto analistas temiam que a IA generativa seria a ruína do Google Search, o oposto aconteceu. As receitas de publicidade em ascensão do Google Search ajudaram a impulsionar os lucros do Google quase 60% no primeiro trimestre. E os analistas do Bank of America disseram na segunda-feira que a participação no mercado global de buscas do Google subiu para 91,1% em junho, exatamente quando as visitas na web do ChatGPT caíram 12%.
O Google Search não é necessariamente uma alternativa para a AI, no entanto. Na verdade, os analistas do Bank of America, Justin Post e Nitin Bansal, disseram que o Google Search está expandindo sua presença por causa da AI. As visões gerais de AI do Google — apesar dos solavancos em sua implementação inicial — “poderiam estar ajudando no crescimento das consultas”, disseram. Quanto mais o Google integra sua AI, chamada Gemini, em seus produtos pré-existentes como Google Cloud e Google Search, melhor esses produtos se sairão, acrescentaram Post e Bansal.
“Permanecemos positivos em relação à crescente integração de Gemini em todo o ecossistema do Google e achamos que a expansão mais ampla das visões gerais da AI provavelmente ajudará a impulsionar o uso, enquanto a integração da AI pode aumentar a monetização em todo o Google.”
Mas o que é uma boa notícia para os cofres do Google é uma má notícia para sua conformidade com as leis antitruste. O Departamento de Justiça acabou de concluir seu caso histórico de monopólio contra o Google em maio, acusando a empresa de monopolizar o mercado de buscas digitais. Uma decisão é esperada para o final de 2024. O Google enfrenta outra ação antitruste do governo dos EUA movida em janeiro do ano passado por alegações de que a empresa se envolveu em atividade anticompetitiva no espaço de publicidade digital. O fato de a dominância do Google no mercado de buscas estar crescendo pode não ser bem recebido pelos reguladores antitruste.
