Calor Fez Mais De 47 Mil Vítimas Fatais Em 2023, Segundo Estudo Europeu.

Um estudo realizado pelo ISGlobal (Instituto de Saúde Global de Barcelona) estima que mais de 47 mil pessoas tenham perdido a vida na Europa devido ao clima mais quente de 2023. Esse ano registrou as maiores médias de temperatura já documentadas globalmente e foi o segundo mais quente na Europa, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine.

No ano anterior, dois momentos de altas temperaturas em julho e agosto foram responsáveis por mais de 27 mil mortes, representando mais de 57% do total. Os países do sul da Europa apresentaram as maiores taxas de mortalidade devido ao calor, como Grécia, Bulgária, Itália, Espanha, Chipre e Portugal.

Além disso, a taxa de mortalidade foi 55% maior em mulheres e 768% maior em pessoas com mais de 80 anos em comparação com indivíduos entre 65 e 79 anos.

Em 2022, outro estudo estimou mais de 60 mil mortes no verão usando a mesma metodologia. Ambos os estudos utilizaram registros de temperatura e mortalidade de diversas regiões da Europa de 2015 a 2019 para estimar as mortes relacionadas ao calor.

Os autores ressaltam que, devido à falta de registros diários, as contagens semanais de mortes do Eurostat podem subestimar o número real de mortes, que poderia chegar a 58 mil. Os cientistas também alertam que, se a vulnerabilidade ao calor na Europa não tivesse diminuído ao longo do século, o número de mortes poderia ser 80% maior.

Apesar da adaptação ao clima mais quente, o problema não pode ser completamente resolvido. Os limites naturais da fisiologia humana e da estrutura social podem definir um impedimento para a adaptação futura.

Confira o ranking dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas na matéria do Giz Brasil.