Batalha jurídica que definiu a indústria da Apple e da Microsoft começou há 36 anos hoje.

A Apple iniciou um marco processo contra a Microsoft há 36 anos em 18 de março de 1988 — cujo desfecho definiu como empresas de tecnologia poderiam usar as ideias uma das outras ao desenvolver software de computador inovador na época.

Em sua ação de $5.5 bilhões, a Apple alegou que a Microsoft copiou a aparência de seus computadores com o Windows versão 2.03. Naquela época, os computadores da Apple foram os primeiros a terem interfaces gráficas de usuário (ou GUIs) — uma nova e emocionante forma para usuários interagirem com telas de computador usando elementos visuais como ícones, botões e menus em vez de texto. A Apple lançou seu primeiro computador comercial com GUI chamado “Lisa” em 1983. Eis como o New York Times descreveu GUIs cinco anos depois:

“… virtualmente todos os fabricantes de computadores pessoais estão indo em direção a uma aparência mais Macintosh. Essa aparência é baseada no que a indústria chama de interface gráfica de usuário, na qual as informações aparecem em janelas e as operações são realizadas apontando objetos e menus usando um dispositivo portátil chamado mouse – um dos principais pontos de venda do Macintosh.”

Antes do processo, as gigantes empresas de tecnologia eram amigáveis. Em 1985, elas chegaram a um acordo. A Apple licenciou seus elementos de design para a Microsoft no Windows versão 1, e a Apple obteve os direitos de usar alguns produtos da Microsoft. Porém, tudo mudou quando a Microsoft lançou a próxima versão do Windows, que continha ainda mais elementos da GUI da Apple.

Curiosamente, a Xerox Corporation afirmou que a Apple tinha, na verdade, copiado sua GUI usada em seu computador chamado Star. A Xerox é amplamente creditada por desenvolver a primeira interface gráfica de usuário na década de 1970. Mas o processo da Xerox foi rejeitado em 1990.

“Eu acho que é lamentável,” disse o advogado de direitos autorais G. Gervaise Davis ao New York Times na época, “porque a Apple está perseguindo a Microsoft e a Hewlett-Packard por coisas que eles pegaram emprestado da Xerox.”

O processo da Apple também foi rejeitado, e a Suprema Corte negou o recurso final da Apple em 1995, mantendo uma decisão anterior de que a utilização dos elementos de design pela Microsoft estava coberta pelo acordo de 1985 ou não era passível de direitos autorais. Apesar de ser um grande golpe para a Apple, que apenas ficaria mais atrás da Microsoft na década de 1990, a decisão abriu o caminho para outras empresas de computação pessoal se basearem nas ideias umas das outras.