Cientistas presenciaram cachalotes utilizando uma técnica de defesa peculiar contra orcas na costa sul da Austrália. Durante um confronto, as cachalotes liberaram uma “nuvem de cocô” para se proteger das predadoras.
Esse comportamento foi observado por especialistas da empresa Oceans Blueprint. A bióloga marinha Jennah Tucker descreveu o momento em que as cachalotes defecaram e agitaram suas caudas em meio ao cocô para afastar e confundir as orcas. Essa estratégia, conhecida como “reserva de diarreia”, permitiu que as baleias escapassem de quase 30 orcas.
As cachalotes são as maiores baleias dentadas e o maior predador com dentes. São mamíferos pelágicos com distribuição mundial e migram sazonalmente para alimentação e reprodução. As fêmeas e os machos jovens vivem em grupos, enquanto os machos maduros levam vidas solitárias fora da época de acasalamento.
Para realizar o “ataque de cocô”, as cachalotes formaram um círculo com as cabeças juntas e agitaram as caudas em sincronia, um comportamento defensivo chamado roseta, utilizado quando estão sob ataque. A dieta das cachalotes, composta principalmente de lulas, resulta em um cocô avermelhado, o que inicialmente levou os pesquisadores a pensar que se tratava de uma bolha de sangue.
Esse mecanismo de defesa não é exclusivo das cachalotes e é utilizado por outras espécies de animais, como macacos, suricatos e pássaros. Além de ser uma ferramenta de defesa, as fezes das baleias desempenham um papel importante no ecossistema marinho, já que contribuem para o crescimento do fitoplâncton e auxiliam na remoção de carbono da atmosfera através da fotossíntese.
Esse incidente destaca a complexidade dos comportamentos de defesa no reino animal e a importância das baleias no equilíbrio ambiental. A capacidade das cachalotes de usar suas fezes como uma “bomba” contra predadores é um exemplo de como a vida marinha se adapta e responde às ameaças em seu ambiente natural.