Atrofia Do Cerebelo De Paciente Com Epilepsia É Ligada À Doença E Não Ao Uso De Medicamento Diz Estudo

Um estudo internacional com a participação de cientistas brasileiros descobriu que a atrofia do cerebelo em pacientes com epilepsia está relacionada à doença, e não ao uso de medicamentos. A pesquisa analisou dados de 1.602 pacientes de 22 países, incluindo 209 brasileiros, e concluiu que todos os tipos de epilepsia apresentam reduções significativas no volume do cerebelo. Essa descoberta levanta importantes questões sobre a vulnerabilidade de diferentes áreas do cerebelo nas causas e consequências da epilepsia.

O estudo foi realizado pelo Consórcio Enigma, com a participação do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN), um centro de pesquisa sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e foi publicado na revista científica Epilepsia.

A epilepsia é uma condição neurológica causada por sinais incorretos no cérebro, levando a crises que podem se manifestar de diferentes maneiras. Os pacientes podem ter várias crises por dia, o que impacta significativamente em sua qualidade de vida e representa um risco de morte. Estima-se que existam cerca de 2 milhões de brasileiros com epilepsia, e muitos deles não respondem aos tratamentos disponíveis no mercado.

A descoberta da associação entre a atrofia do cerebelo e a duração da epilepsia sugere a presença de uma neurodegeneração progressiva em todas as formas da doença. Esses achados têm implicações no tratamento e manejo clínico dos pacientes, abrindo caminho para novas pesquisas e abordagens terapêuticas.

Além disso, os pesquisadores destacam a importância da participação de países sul-americanos, como o Brasil, em estudos internacionais desse tipo, contribuindo com dados valiosos para avanços científicos na área da epilepsia.