Um estudo realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste, em São Carlos, avaliou o bem-estar animal em relação ao conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O monitoramento foi feito em diferentes níveis, desde o sistema de produção até o nível celular dos bovinos criados no pasto.
Foram avaliados parâmetros ambientais, observação dos animais e respostas comportamentais, coleta de material biológico e análises laboratoriais. Os resultados indicaram que o plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais criou um microclima mais favorável para os bovinos, influenciando no conforto térmico, no comportamento natural e nas condições fisiológicas.
O estresse térmico prejudica a capacidade dos organismos de manter seu meio interno estável, levando a distúrbios nutricionais e metabólicos. Além disso, o calor excessivo compromete a reprodução, reduz a fertilidade e diminui a eficiência dos sistemas de produção.
Um experimento realizado na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, envolveu 64 machos das raças Nelore e Canchim, divididos em sistemas de pastagem a pleno sol e sistemas ILPF. Os resultados mostraram que os sistemas com árvores melhoram o microclima, o conforto térmico e trazem benefícios para o bem-estar animal, comportamento e fisiologia.
Os animais criados em pastagens com pouca sombra pastejaram mais pela manhã do que os mantidos em ILPF, permanecendo mais tempo deitados, ruminando ou repousando. O comportamento dos animais pode ser utilizado para analisar as respostas às condições ambientais, visando melhorar a gestão e promover a eficiência, produtividade e bem-estar animal na fazenda.