Cada aumento de 0,1°C na temperatura do ar global resulta no desaparecimento de cerca de nove mil meteoritos da calota de gelo na Antártida. Estima-se que um quarto dos fragmentos do espaço na região serão perdidos até 2050.
A Antártida é o local mais propício para encontrar meteoritos, devido às calotas de gelo concentrarem esses elementos em áreas específicas, denominadas “zonas de encalhe de meteoritos”. A cor escura desses fragmentos facilita sua detecção, sendo que aproximadamente 60% de todos os meteoritos já encontrados na Terra foram coletados na Antártida.
O estudo utilizou ferramentas de inteligência artificial, observações de satélite e projeções de modelos climáticos, cujos resultados foram publicados na revista Nature Climate Change.
De acordo com a pesquisa, a cor escura dos meteoritos os aquece e influencia a temperatura da calota polar. Isso faz com que o gelo ao redor dos fragmentos derreta, fazendo com que eles afundem e não possam mais ser detectados.
Os meteoritos são importantes para os cientistas, pois são amostras únicas de corpos extraterrestres, fornecendo informações sobre a origem da vida na Terra e a formação da Lua.
O aquecimento global intensifica a perda de meteoritos na Antártida, levando à necessidade de acelerar e intensificar os esforços para recuperá-los. A redução imediata das emissões de gases de efeito estufa é apontada como a única maneira de preservar a maioria dos meteoritos antárticos a longo prazo.