Pesquisadores do Imperial College London desenvolveram um material semelhante ao couro feito de bactérias geneticamente modificadas que se tingem sozinhas, sem a necessidade de derivados de plástico. O estudo foi publicado na revista Nature Biotechnology e sugere que essa tecnologia poderia ser adaptada para produzir materiais com diferentes cores e padrões. Além disso, a pesquisa aponta para a possibilidade de criar alternativas mais sustentáveis ao algodão e outros tecidos.
Tom Ellis, do Departamento de Bioengenharia do Imperial College London, enfatizou a importância desse avanço para a biologia sintética e a moda sustentável. Os pesquisadores conseguiram criar o “couro” autotingido modificando os genes de uma espécie de bactéria, que produz folhas de celulose microbiana. Posteriormente, os micróbios foram capazes de produzir o pigmento preto eumelanina, tingindo o material.
Com um financiamento de 2 milhões de euros, a equipe de pesquisa visa resolver outros problemas da indústria da moda, como o uso de substâncias tóxicas na produção de couro. A ideia é tornar a cadeia produtiva mais sustentável, experimentando diferentes pigmentos coloridos. Até o momento, os pesquisadores já conseguiram criar uma carteira preta e estão trabalhando para fazer crescer a parte superior de um sapato usando a celulose bacteriana.