Enquanto a inteligência artificial dominou as manchetes durante a maior parte do ano, o diretor de tecnologia da Deloitte, Bill Briggs, espera que parte do frenesi diminua – mesmo enquanto sua utilidade aumenta.
Num futuro não muito distante, a IA “será incorporada à forma como pensamos sobre cada processo de negócio, finanças e em nosso portfólio, como investimos em nossa rotina de serviço ao cliente e nos produtos que entregamos”, disse Briggs à Quartz no último episódio do AI Factor, série de vídeos realizada no Nasdaq MarketSite.
À medida que a tecnologia continua avançando e se tornando mais integrada nos processos de negócios – desde o lançamento de produtos até o gerenciamento da cadeia de suprimentos global – Briggs disse que podemos ver menos destaque para ela. E isso não é uma coisa ruim.
“De certa forma, ela se tornará mais importante e menos chamativa”, disse ele. “O que eu acho ser um grande progresso, na verdade.”
A Deloitte publicou seu 16º relatório anual de Tendências em Tecnologia neste mês, delineando algumas das maiores tendências contínuas e emergentes em tecnologia e o que elas significam para as empresas. Briggs disse que o maior tema abrangente deste ano no relatório é o potencial para a IA se tornar ainda mais transformadora para os negócios – mesmo que ela seja invisível da mesma forma que a eletricidade se tornou essencial para todas as empresas em diferentes setores.
“Para o relatório de Tendências em Tecnologia deste ano, colocamos ênfase em: a IA está em todos os lugares e há um ‘ponto, ponto’, para dizer que ela está sendo incorporada em outros avanços realmente importantes em desenvolvimentos que você também deve considerar”, disse ele.
Briggs disse que as empresas têm e continuarão a “liderar com a necessidade”. Ou seja, escolher modelos, sejam grandes ou pequenos, que melhor se adequem às necessidades específicas do negócio.
Os modelos de linguagem pequena, como o nome sugere, são capazes de processar, entender e gerar linguagem, mas são menores do que seus equivalentes de linguagem grande. Em vez de ter centenas de bilhões ou trilhões de parâmetros, os modelos de linguagem pequena têm milhões a alguns bilhões.
Embora os modelos de linguagem grande estejam em destaque, com empresas como ChatGPT da OpenAI e Claude da Anthropic, Briggs disse que as empresas eventualmente usarão ambos os tipos de modelo para realizar uma variedade de tarefas.
“Estão trabalhando em conjunto porque você precisa de ambos”, disse ele.
Além da IA, o momento “mais concreto” da computação quântica empolga Briggs em relação às tendências tecnológicas emergentes de 2025. A tecnologia em ascensão usa mecânica quântica para resolver problemas complexos que os sistemas de computação tradicionais não são poderosos o suficiente para enfrentar.
“Estamos falando sobre computação quântica há um tempo e estamos realmente empolgados com o potencial ao longo do tempo”, disse ele. Embora não vá substituir a computação em nuvem e tradicional, Briggs disse que a criptografia pós-quântica – o uso de algoritmos criptográficos para se proteger contra ataques de computadores quânticos – está a caminho.
Assista ao último episódio do Quartz AI Factor acima.
