A comitiva do Ministério da Educação (MEC) presente no Japão visitou, na quinta-feira, a escola pública japonesa Irifune Shogakko, em Yokohama. A unidade escolar recebe estudantes brasileiros e conta com o apoio da Organização Não Governamental (ONG) ABC Japan, que busca promover a equidade no aprendizado entre nativos e não nativos de língua japonesa.
O ministro da Educação, Camilo Santana, acompanhou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na visita de Estado ao país asiático e conversou com a comunidade escolar sobre a valorização dos professores na sociedade japonesa, bem como com os estudantes brasileiros que optaram por uma escola pública em língua japonesa. Durante o encontro, Santana agradeceu ao diretor Kimitoshi Nakamura e o parabenizou pela preocupação em valorizar os professores.
“Conversei com alunos, ouvi professores e dialogamos sobre os desafios que nos unem. Quando há incentivo, é possível adaptar o imigrante ao sistema local e superar barreiras para a aprendizagem – uma lição que vale para o Japão e também para o Brasil. Volto com ainda mais energia e convicção, renovada, de que a educação é propulsora universal de desenvolvimento e o grande caminho para transformar vidas”, afirmou o ministro.
Segundo os dados mais recentes, a maioria dos brasileiros em idade escolar no Japão frequenta escolas públicas japonesas, enquanto uma parcela menor opta por escolas privadas com currículo brasileiro.
O programa Pé-de-Meia, criado na gestão do ministro Santana, foi discutido, sendo um incentivo financeiro-educacional voltado aos estudantes matriculados no ensino médio público e beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Também foi discutida a possibilidade de criar uma equivalência entre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o exame japonês de ingresso em universidades.
A visita da comitiva ao Japão, que iniciou na segunda-feira, abriu portas nas relações entre os dois países em diversas áreas, como transição energética, agricultura, educação, saúde, comunicações, ciência e tecnologia, e aviação. Neste ano em que celebram 130 anos de relações diplomáticas, Brasil e Japão decidiram intensificar os laços comerciais, com os chefes de Estado se encontrando a cada dois anos. Também foram discutidas questões como o combate à mudança do clima, o fortalecimento da democracia e do multilateralismo, além de reformas no Conselho de Segurança da ONU.
