O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ofereceu mais de 260 mil vagas para entrada em cursos superiores públicos. Dessas vagas, mais de 39 mil são das instituições que integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O número representa quase 15% das vagas oferecidas pelo Sisu em todo o país. Ao todo, 31 instituições da Rede Federal ofertaram graduações gratuitas nas modalidades licenciatura, bacharelado e tecnológico, nas mais variadas áreas do conhecimento.
O Instituto Federal do Ceará (IFCE) foi o maior ofertante da Rede Federal em 2025, com mais de 6 mil vagas disponibilizadas para os estudantes. João Eduardo Cardoso, concluinte do curso técnico integrado em Manutenção Automotiva no Campus Tabuleiro do Norte do IFCE, está concorrendo a uma vaga no curso superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial, no campus vizinho da própria instituição, na cidade de Limoeiro do Norte.
“Optei por continuar aqui porque é uma boa instituição. Escolhi mecatrônica para complementar meu curso técnico de manutenção automotiva e acredito que vou ter um bom resultado, levando em conta tudo que já aprendi no ensino médio. Além do mais, vou colocar muita coisa em prática e complementar meu curso”, explicou Cardoso.
A Rede Federal também é referência na formação de professores para a educação básica. Pela Lei nº 11.892/2008, 20% das vagas oferecidas por essas instituições devem ser em cursos de licenciatura, com foco nas áreas de ciência, matemática e educação profissional. Este ano, estão sendo oferecidas mais de 12,8 mil vagas nessa modalidade pelos institutos federais, pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e pelo Colégio Pedro II.
Raimundo Nonato, professor de história do Campus Belém do Instituto Federal do Pará (IFPA), acredita que o processo de interiorização dos institutos federais e o comprometimento com a qualidade da educação básica têm contribuído para o enfrentamento da carência de docentes habilitados para atuar nas salas de aula.
Nonato destaca a articulação entre ensino, pesquisa e extensão nos institutos federais, que proporciona embasamento teórico sólido aos estudantes, em conjunto com as vivências de práticas pedagógicas que integram a docência. “Hoje, dentro do nosso curso de licenciatura em História, todos os estudantes estão ligados a projetos, sejam de pesquisa, de extensão ou de práticas de ensino, como a residência pedagógica e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência [Pibid]”, afirmou.
O ensino oferecido pela Rede Federal voltado à formação docente vem apresentando resultados concretos. Amanda Santana, que cursou Pedagogia no Campus São Sebastião do Instituto Federal de Brasília (IFB), foi aprovada em concurso público para o cargo de professora na Secretaria de Educação do Distrito Federal.
“O IFB Campus São Sebastião abriu muitas portas e sou muito grata por todos que contribuíram para o meu desenvolvimento. Eu pude participar de programas de iniciação científica e de iniciação à docência, além dos diversos eventos proporcionados pelo IFB. Os professores sempre incentivaram e mostraram as possibilidades de trabalho com o curso de pedagogia e, hoje, me sinto mais preparada para atuar em sala de aula com todo o apoio que tive durante minha formação”, destacou Santana, que leciona na Escola Classe Cerâmica da Benção, em São Sebastião (DF).
Das mais de 39 mil vagas ofertadas pela Rede Federal no Sisu 2025, 9,9 mil foram para cursos tecnológicos, 12,8 mil em cursos de licenciatura e 16,5 mil em cursos de bacharelado. Os cursos superiores de tecnologia e os bacharelados têm como objetivo a formação de profissionais para os diferentes setores da economia.
