Na última quinta-feira, a Ucrânia reivindicou ter sido alvo de um ataque de míssil intercontinental balístico da Rússia, no entanto, tanto a Rússia quanto os EUA negaram essa informação.
Na realidade, o míssil em questão era um novo sistema hipersônico de alcance intermediário. Os mísseis intercontinentais balísticos devem ter um alcance superior a 5.500 quilômetros para atingir globalmente com uma trajetória balística.
A maioria dos mísseis intercontinentais tem uma média de alcance de 12 mil quilômetros, havendo alguns que superam essa distância. Durante a fase suborbital de seu voo, um míssil intercontinental balístico atinge uma velocidade hipersônica de 24 mil km/h.
Assim, um míssil intercontinental da Rússia, partindo da base de lançamentos na Sibéria, conseguiria atingir Chicago a mais de 9 mil quilômetros de distância em aproximadamente 23 minutos. Recentemente, os EUA testaram o míssil balístico intercontinental Minuteman III, que percorreu 6.759 quilômetros em menos de 17 minutos.
Além da Rússia e dos EUA, apenas quatro outros países possuem sistemas de míssil intercontinental balístico em seus arsenais: China, Coreia do Norte, Israel e, mais recentemente, a Índia.
Os EUA operam atualmente 405 mísseis intercontinentais em três bases da força aérea, porém possuem apenas um modelo, o Minuteman III, com capacidade nuclear.
A Rússia opera menos mísseis intercontinentais, com 286 no arsenal, porém possui seis modelos devido à herança do arsenal da União Soviética. O míssil intercontinental balístico com maior alcance é o RS-28 Sarmat da Rússia.
Conhecido como míssil do “Juízo Final”, o Sarmat consegue viajar 18 mil quilômetros. Entretanto, todos os testes do Sarmat até o momento falharam, com o último teste deixando uma enorme cratera no norte da Rússia.
A China possui o segundo maior alcance com o míssil intercontinental DF-5, que também é equipado com MIRVs e alcança distâncias de até 14 mil quilômetros.
O Hwasong-18, da Coreia do Norte, tem um alcance similar ao DF-5, realizando seu voo inaugural em 2023.
Em contrapartida, Índia e Israel são países com mísseis intercontinentais de alcance menor em comparação aos já citados, com cerca de 10 mil quilômetros. Ambos os países, no entanto, estão desenvolvendo novos mísseis intercontinentais que atingem alcances próximos ao míssil intercontinental da Rússia.