Nesta terça-feira, foram firmados dois memorandos de entendimento entre os ministros de Educação do Brasil, Camilo Santana, e da China, Huai Jinpeng. Os documentos incentivam a cooperação entre instituições de ensino superior (IES) dos dois países, especialmente no ensino de português como língua estrangeira, e incluem um acordo sobre certificados e diplomas de educação superior. A visita do ministro chinês é a primeira ministerial após a visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil.
Santana apresentou à comitiva chinesa os principais desafios da educação brasileira e destacou a importância da cooperação internacional para superá-los. Ele adiantou dados sobre uma colaboração direta entre instituições brasileiras e chinesas, incluindo a empresa BYD, maior fabricante de veículos eletrificados do mundo.
“A cooperação educacional entre o Brasil e a China é a base para a expansão da cooperação econômica e comercial entre os países”, afirmou o ministro da Educação da China. Segundo ele, tanto o Brasil quanto a China têm metas para tornar o planeta mais sustentável e justo, o que facilita a interação entre os países.
Atualmente, Brasil e China possuem 155 acordos de educação superior em andamento, envolvendo 39 universidades de ambos os países. O mais recente acordo foi celebrado com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a criação do Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque, com o objetivo de promover ensino e pesquisa de excelência em engenharia.
Além disso, foi inaugurado o Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia, com a participação da UFRJ, Petrobras, China National Offshore Oil Corporation (Cnooc) e Universidade do Petróleo da China. Esse instituto funcionará seguindo a lógica “2+2” (duas universidades e duas empresas).
No campo do ensino de português, o primeiro memorando de entendimento visa fortalecer o ensino da língua portuguesa na China, promovendo a cooperação por meio de acordos interinstitucionais e incentivando intercâmbios para estudantes e docentes chineses em instituições brasileiras.
Já o segundo memorando, sobre certificados e diplomas de educação superior, tem como objetivo facilitar o acesso ao ensino superior para estudantes dos dois países.
Os acordos também abrangem diversas áreas educacionais específicas, como intercâmbio de professores brasileiros vencedores de olimpíadas de matemática e cooperação na educação profissional e tecnológica, com destaque para a ampliação das matrículas do ensino médio profissionalizante no Brasil, em parceria com instituições chinesas e a empresa BYD.
A proposta chinesa de criar uma instância de consulta e diálogo ministerial foi um dos destaques da delegação, com o objetivo de acompanhar a implementação das cooperações entre os dois países. O ministro Camilo Santana concordou com a criação desse mecanismo e destacou a importância de fortalecer a cooperação educacional com a China.
Uma das primeiras propostas para discussão do mecanismo de consultas é a realização de um Fórum de Reitores Brasil-China, com o intuito de ampliar parcerias diretas entre universidades dos dois países.
Os memorandos de entendimento assinados entram em vigor imediatamente, com validade de cinco anos, sendo automaticamente renovados por igual período.
