O Brasil está liderando uma expedição internacional e interdisciplinar que partirá amanhã para uma viagem de dois meses ao redor da Antártica. Um total de 61 pesquisadores de sete países diferentes percorrerão aproximadamente 20 mil quilômetros para coletar dados atmosféricos, geofísicos, glaciológicos, biológicos e oceanográficos inéditos. O objetivo é avaliar como os ecossistemas antárticos estão respondendo às rápidas e preocupantes mudanças climáticas globais.
Circum-navegações ao redor da Antártica são realizadas desde James Cook, no final do século 18. No entanto, a Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica busca se diferenciar, explorando pontos da costa ainda não estudados pela ciência. A expedição é realizada num momento crítico de mudanças climáticas intensas causadas pelo homem.
O Brasil, com base em sua experiência no Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), destaca-se entre os principais países que trabalham com questões de mudanças climáticas e seus impactos no Brasil, América Latina e no mundo.
A Antártica é um lugar de extrema importância para o planeta: é um ambiente polar altamente sensível às mudanças climáticas e serve como um observatório climático, alertando sobre efeitos climáticos extremos futuros. As mudanças que ocorrem na Antártica têm impacto global, afetando diretamente o Brasil e outros países.
Durante a expedição, os pesquisadores se concentrarão em duas grandes questões: a estabilidade do manto de gelo da Antártica e as mudanças ambientais no Oceano Austral. Os estudos visam entender e prever possíveis impactos, como o aumento do nível do mar e as adaptações dos organismos vivos a novas condições.
A expedição é financiada pela fundação suíça Albédo Pour la Cryosphère e conta com o apoio do CNPq e da Fapergs. Apesar dos desafios climáticos e técnicos, a equipe está ciente da relevância da missão para a ciência internacional e busca, por meio da cooperação, resolver problemas comuns em prol do planeta.
A liderança intelectual do Brasil nessa expedição reflete a importância da cooperação internacional na preservação do planeta, especialmente da Antártica, e destaca a necessidade de proteger a Terra para as futuras gerações.