Um novo vírus, pertencente à família Hantaviridae, foi descoberto em morcegos da Mata Atlântica brasileira. A pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com universidades federais do Rio de Janeiro e da Paraíba identificou o hantavírus em morcegos da espécie morcego-de-cauda-curta de Seba (Carollia perspicillata), na Mata Atlântica. Provavelmente uma nova linhagem de hantavírus, este vírus, provisoriamente chamado de vírus Mamanguape, apresentou diferenças genéticas significativas em relação aos vírus previamente identificados em morcegos e roedores silvestres.
Essa descoberta ressalta a importância de ampliar os estudos sobre os hantavírus transmitidos por morcegos, principalmente na Mata Atlântica, que abriga a maioria da população desses mamíferos no Brasil. A circulação desses vírus em morcegos, associada à crescente interação desses animais com seres humanos e animais domésticos devido às mudanças ambientais que resultam na perda de seu habitat natural, pode aumentar a vulnerabilidade da população às hantaviroses.
Atualmente, existem duas doenças relacionadas aos hantavírus: a síndrome cardiopulmonar por hantavírus nas Américas e a febre hemorrágica com síndrome renal na Eurásia. Essas doenças podem variar de febres leves a casos mais graves, como insuficiência respiratória aguda, com taxas de letalidade elevadas em algumas regiões.
A descoberta desse novo hantavírus em morcegos destaca a importância de aprofundar os estudos sobre a prevenção e controle dessas infecções. A identificação genômica desse vírus abre portas para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico, vacinas e estratégias de vigilância em saúde que visam prevenir e controlar a propagação da doença.