Um estudo publicado na revista Nature Communications revelou como a bactéria responsável pelo cancro cítrico metaboliza compostos tóxicos relacionados à lignina, molécula presente na parede celular das plantas. A pesquisa contou com o apoio da FAPESP e foi realizada no Laboratório Nacional de Biorrenováveis do CNPEM. Os resultados obtidos ajudarão a compreender como o microrganismo consegue superar o sistema de defesa das plantas.
Além disso, o estudo visa desenvolver fábricas microbianas capazes de transformar biomassas vegetais em biocombustíveis, bioquímicos e outros biomateriais, como etanol e bioplásticos. A pesquisa também investiga microrganismos pouco estudados, buscando compreender as etapas enzimáticas necessárias para transformar a lignina em produtos químicos.
A descoberta de uma nova via metabólica na bactéria causadora do cancro cítrico abre novas possibilidades para o manejo de doenças e a produção sustentável de químicos. Os resultados também poderão contribuir para o desenvolvimento de plantas mais resistentes a patógenos e para o combate a pragas agrícolas.
A produção de laranja no Brasil, afetada por doenças e pela seca, deve ter uma queda significativa este ano, impactando a produtividade no setor citrícola. O país é o maior produtor mundial de laranja e representa uma parte significativa do mercado global de suco de laranja.
O estudo pode ter aplicações amplas na área agrícola, uma vez que o gênero Xanthomonas infecta diversas outras plantas além da laranja. A pesquisa completa pode ser acessada no seguinte link: www.nature.com/articles/s41467-024-52367-6.