Em certas partes do mundo, como na região de Hudson Bay, no Canadá, uma anomalia gravitacional faz com que as pessoas fiquem mais leves. Ou seja, quem viajar para essa região do Canadá terá uma diminuição instantânea de peso devido ao fenômeno. Em Hudson Bay, a gravidade é 0,004% menor que a média global, uma diferença sutil, porém detectável por balanças extremamente precisas.
Os cientistas têm duas teorias para explicar a anomalia gravitacional do Canadá. A primeira teoria envolve a Era do Gelo. Há 95 mil anos, a geleira Laurentide, com 3 quilômetros de espessura, cobriu grande parte da América do Norte. A geleira se formou no Pleistoceno e, no final desse período, a massa de gelo começou a empurrar a crosta continental para debaixo da Terra. Depois do derretimento da geleira, a recuperação da crosta foi um processo mais lento. A crosta continental da América do Norte continua em recuperação para sua forma original, com previsão de pelo menos 300 mil anos para voltar ao lugar normal.
A segunda teoria está relacionada ao movimento do manto da Terra sob a crosta. O manto terrestre é formado por rochas derretidas aquecidas pelo núcleo da Terra. Correntes de convecção no manto fazem as placas tectônicas se moverem, puxando continentes para baixo, o que reduz a massa e, por consequência, a gravidade. Por isso, as pessoas sentem que ficam mais leves ao entrarem na região do Canadá com a anomalia gravitacional. Observações de satélite em 2002 revelaram que o fenômeno ocorre devido às correntes de convecção do manto e ao “legado” da geleira Laurentide.
Isso significa que, mesmo após a total recuperação da crosta, a região de Hudson Bay continuará deixando as pessoas mais leves, já que a anomalia gravitacional permanecerá. Esta informação foi retirada de um artigo da BBC, publicado no último sábado, em resposta a um leitor que perguntou se era verdade que o peso era menor no Canadá.