Nesta história, com o surgimento de ferramentas de inteligência artificial, questões sobre se a nova tecnologia substituirá os trabalhadores têm sido uma preocupação em diversas indústrias, desde finanças até entretenimento. No entanto, os estagiários do Goldman Sachs não estão preocupados. Quase todos – 93% – da última turma de estagiários do banco de investimento acreditam que a IA melhorará seu trabalho, em vez de substituí-lo, de acordo com a pesquisa deste ano com mais de 2.100 estagiários.
O mesmo percentual de estagiários disse que utilizam ferramentas de IA em suas vidas pessoais, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Eles usam principalmente para pesquisa, auxiliar na escrita e verificar código, indicou a pesquisa.
O Goldman, assim como muitos outros bancos, adotou a tecnologia em sua organização. Em junho, o gigante bancário de Nova York concluiu a implementação de sua primeira ferramenta de IA generativa para geração de código. A empresa adotou uma abordagem lenta e constante para integrar a IA, após a proibição do popular chatbot da OpenAI, ChatGPT, no ano passado. JPMorgan Chase e Citigroup estão entre os outros bancos que tomaram essa decisão quando a febre dos chatbots se intensificou no ano passado.
Executivos em todo o mundo financeiro têm elogiado os benefícios potenciais que podem obter com a IA ao eliminar grande parte do trabalho diário. O chefe do Goldman, David Solomon, disse em uma ligação com analistas em abril que há “enormes oportunidades para ganhos de produtividade e também oportunidades para eficiência” com a IA.
Em particular, a IA tem a capacidade de realizar grande parte do trabalho pesado para funcionários de diversas áreas de negócios, incluindo desenvolvedores de código, analistas e consultores. Na Morgan Stanley, por exemplo, um assistente de IA introduzido em julho transcreve e resume reuniões de clientes e redige e-mails.
Vince Lumia, chefe de segmentos de clientes da Morgan Stanley Wealth Management, afirmou em comunicado que a ferramenta “proporciona uma eficiência imensa no cotidiano dos consultores, permitindo mais tempo para um engajamento significativo com seus clientes”.
Embora os estagiários do Goldman possam não ser substituídos pela IA, a tecnologia pode fazer seu trabalho melhor do que eles. Resultados iniciais de um estudo em andamento sugerem que os Grandes Modelos de Linguagem (LLMs), IA treinada para entender e gerar conteúdo, como o ChatGPT, são capazes de superar alguns analistas financeiros na “previsão da direção dos ganhos futuros”.
Quase um terço dos estagiários do Goldman entrevistados (que representaram mais de 80% da coorte de 2.600 membros deste ano) afirmaram que a IA terá o impacto global mais profundo nos próximos 10 anos. Isso é seguido por tensões geopolíticas e mudanças climáticas.
No entanto, 88% dos estagiários acreditam que a tecnologia terá um impacto positivo líquido na sociedade.
Essa visão também está em linha com declarações feitas por líderes de negócios ao longo do último ano. O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou em sua carta anual aos acionistas deste ano que a IA poderia ser tão transformadora quanto a “imprensa, a máquina a vapor, a eletricidade, a informática e a Internet”.
