Pinguim Tímido Ganha Prêmio de Pássaro do Ano na Oceania

Um pinguim raro que vive exclusivamente na Nova Zelândia, conhecido por ser tímido, recebeu o prêmio de “Pássaro do Ano 2024” da Oceania. Mais de 50 mil pessoas participaram da competição, consagrando o hoiho, ou Pinguim-de-olho-amarelo, na última segunda-feira (16).

O nome “hoiho” significa “gritador de ruído” na língua Maori. No entanto, apesar de seu grito alto e estridente, o pinguim é notoriamente tímido, de acordo com a ONG Forest & Bird. A organização realiza o concurso “Pássaro do Ano” desde 2005, premiando espécies ameaçadas de extinção na Nova Zelândia e Oceania.

Segundo a ONG, a vitória do hoiho deve impulsionar os esforços de conservação da espécie, que atualmente está em alto risco de desaparecer da natureza.

Além disso, a população desse pinguim está diminuindo, conforme a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), que afirma que há cerca de 3 mil pinguins dessa espécie.

“O prêmio de Pássaro do Ano veio no momento certo. Esse pinguim icônico está desaparecendo de Aotearoa, diante de nossos olhos”, afirmou Nicola Toki, CEO da ONG desde 2022.

O hoiho é uma espécie de pinguim que habita tanto ambientes terrestres quanto marinhos. Segundo Toki, são realizados trabalhos de conservação em terra, mas também é crucial preservar a espécie no mar.

“Eles estão se afogando em redes de pesca e não conseguem encontrar comida suficiente. Nosso hoiho precisa urgentemente de áreas de proteção marinha para ter uma chance de sobreviver”, disse a CEO.

Portanto, o “Pássaro do Ano” de 2024 é um pinguim extremamente raro e especial, encontrado apenas na Nova Zelândia, e que está presente na nota de cinco dólares do país da Oceania.

### Polêmicas do prêmio “Pássaro do Ano da Oceania” incluem pinguim

A competição, tradicional na Nova Zelândia, já teve seus momentos de polêmica, incluindo acusações de fraude e interferência externa.

Neste ano, segundo os organizadores do prêmio “Pássaro do Ano”, o pinguim obteve 6.328 votos, mais de mil votos à frente do pássaro-preto Karure das Ilhas Chatham, outra espécie da Oceania ameaçada de extinção.

O pássaro-preto Karure, que esperava há algum tempo por esse momento de destaque, terá que esperar mais um pouco, aparentemente.

Esta é a segunda vez que o pinguim hoiho ganha o prêmio de “Pássaro do Ano” e, assim como na primeira, surgem acusações de interferência, mas não da Oceania.

Em 2019, quando venceu pela primeira vez, houve alegações de que o pinguim venceu graças a interferência russa. No entanto, os votos vindos da Rússia não eram de bots, mas sim de ornitologistas russos, conforme a organização do evento.

Em 2018, surgiram acusações de que australianos tentaram fraudar o concurso para que o corvo-marinho-malhado ganhasse a competição. No entanto, nada foi comparável ao que ocorreu no ano anterior. Em 2023, o mergulhão pūteketeke foi o campeão graças à influência do comediante John Oliver.

Depois de notar uma brecha nas regras do concurso, que permitia votos de qualquer pessoa com um endereço de e-mail válido, Oliver lançou uma enorme campanha para o pūteketeke.

### John Oliver

No final do ano passado, o apresentador britânico se vestiu como o pássaro da Oceania em uma entrevista ao programa de Jimmy Fallon e iniciou a campanha que influenciou na votação popular de “Pássaro do Ano”.

A campanha de Oliver foi tão massiva que o apresentador colocou outdoors em diversas cidades ao redor do mundo. Inclusive, veiculou um banner do pūteketeke sobre a praia de Ipanema, no Brasil.

A competição, antes restrita à Oceania, ganhou projeção mundial graças ao britânico, que garantiu mais de 290 mil votos para a vitória do pūteketeke como “Pássaro do Ano” de 2023.

Por fim, no ano passado, um dia antes da competição “Pássaro do Ano”, ocorreu a 76ª cerimônia do Emmy Awards 2024. John Oliver venceu o prêmio Emmy de Melhor série de variedades roteirizada e, em entrevista à imprensa neozelandesa, creditou a vitória no Emmy ao pūteketeke.