DNA Derruba Teoria Que Tentava Desvendar Mistério Na Ilha De Páscoa

Análises de DNA desmentiram a teoria que procurava explicar o desaparecimento dos habitantes da Ilha de Rapa Nui, também conhecida como Ilha de Páscoa, território chileno localizado no Oceano Pacífico.

A teoria de que os nativos da Ilha de Páscoa causaram o colapso do ecossistema local e levaram ao fim da população antes da chegada dos europeus, no século 18, foi difundida pelo livro “Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso”, de Jared Diamond.
No entanto, vários acadêmicos criticaram essa teoria. Especialistas questionaram as explicações do autor sobre o colapso da civilização da ilha do Pacífico Sul, que está a mais de 3 mil km do Chile.
Agora, em um estudo publicado na última quarta-feira na revista Nature, pesquisadores realizaram análises genéticas no DNA de antigos habitantes da Ilha de Páscoa, desmentindo a teoria.
Além disso, os seus habitantes, chamados Rapa Nui, estavam em crescimento, segundo o estudo.

Análises de 15 amostras de DNA solucionaram o mistério. Os pesquisadores analisaram o genoma de 15 rapanui, coletados em expedições no século 18 e 19.
Usando datação por radiocarbono, o estudo concluiu que os indivíduos viveram entre 1670 e 1950 e não encontrou sinais genéticos do suposto colapso da civilização da Ilha de Páscoa.

Dessa forma, o estudo revela que, quando os europeus chegaram ao local, a população da Ilha de Páscoa estava em crescimento, refutando a teoria anterior.
Há também traços de DNA de nativos americanos nos antigos Rapa Nui, sugerindo uma mistura genética entre essas populações no século 12.
“Nossa interpretação é que os antepassados dos rapanui colonizaram a ilha e logo depois voltaram às Américas,” afirma Moreno-Mayar.