Cientistas Da Nasa Recriam Na Terra As Misteriosas “Aranhas De Marte”

Desde a famosa música “Ziggy Stardust”, lá nos anos 1970, o mundo todo se encanta com as “Aranhas de Marte”.

No entanto, as verdadeiras aranhas de Marte foram descobertas somente em 2003. Elas são formadas de maneira semelhante a um aracnídeo, com características geológicas conhecidas como “terreno araneiforme”.

Esse terreno se estende por mais de 1 km e possui centenas de “pernas” finas, o que dá uma aparência enrugada à superfície de Marte.

A teoria predominante sobre essa formação não está relacionada à animosidade da banda “Aranhas de Marte” com Ziggy Stardust. Segundo os cientistas, elas surgiram devido a processos que envolvem gelo de dióxido de carbono, um fenômeno que não ocorre na Terra.

Na última quarta-feira, a NASA revelou que cientistas da agência conseguiram recriar esses processos em laboratório, simulando as condições de Marte.

Em um estudo publicado no periódico The Planetary Science Journal, os cientistas confirmaram o “modelo de Kieffer”. Esse modelo descreve como a luz solar aquece o solo marciano através de placas de gelo de dióxido de carbono.

O solo, mais escuro que o gelo, absorve o calor, causando a sublimação do gelo próximo a ele. Dessa forma, o gelo se transforma em gás, sem passar pelo estado líquido.

O aumento da pressão do gás provoca rachaduras no gelo, permitindo sua liberação. O gás, ao escapar, carrega consigo poeira e areia do solo, que se depositam na superfície do gelo.

Durante a primavera, ocorre a sublimação do restante do gelo, formando, assim, as “Aranhas de Marte”.

Recriar as condições marcianas em laboratório foi um desafio para os cientistas, que utilizaram uma câmara de teste resfriada a nitrogênio líquido no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL).

Assim, os cientistas puderam simular a baixa pressão atmosférica e as temperaturas extremamente baixas de Marte.

Após diversas tentativas, os pesquisadores conseguiram obter gelo com as propriedades adequadas e observaram a formação de plumas de gás dióxido de carbono, abrindo buracos no simulador e expelindo material.

Os experimentos também revelaram que o gelo se formou entre os grãos do simulador e os quebrou, um processo não previsto no “modelo de Kieffer”.

Esse processo adicional pode explicar a aparência rachada das aranhas de Marte e sugere que a formação dessas características geológicas é mais complexa do que se imaginava.

Agora, os cientistas bem que poderiam trazer Ziggy Stardust e “As Aranhas de Marte” de volta à Terra.