Mais Um Mito Derrubado: Luz Azul Do Celular Não Atrapalha Seu Sono

No crescente debate sobre saúde e tecnologia, um dos principais temas discutidos é o impacto da luz azul da tela do celular no sono das pessoas. De acordo com a ciência, a relação entre sono e a luz azul do celular é mais complexa do que se imaginava.

Atualmente, a crença é tão difundida que existem aplicativos para celulares e até óculos que visam filtrar a luz azul de dispositivos. No entanto, uma análise recente publicada na revista Sleep Medicine Reviews analisou 73 estudos sobre o assunto, e embora tenha encontrado uma conexão, não é tão impactante na qualidade do sono quanto se pensava.

A análise contou com a participação de mais de 113 mil pessoas. Sobre a luz azul, acredita-se que o brilho da tela do celular iniba a produção de melatonina e atrase o sono. No entanto, o estudo revela que, em média, esse atraso é mínimo.

Segundo a coautora do estudo, pessoas que usam telas emitindo luz azul, como celular ou tablet, dormem apenas 2,7 minutos mais tarde em relação àquelas que não usam telas antes de dormir.

A luz azul afetar a melatonina possui embasamento científico. Durante o dia, somos expostos à luz natural brilhante do Sol, que contém uma grande quantidade de luz azul. Essa luz azul ativa certas células nos olhos, enviando sinais ao cérebro para ficar alerta.

Estudos indicam que seriam necessários níveis de luz a partir de 1.000 lux para ter um impacto significativo no sistema de alerta, enquanto um celular emite entre 80 e 100 lux, não sendo tão brilhante a ponto de afetar significativamente o sono.

Em alguns casos, a luz azul do celular pode melhorar o sono, e o conteúdo consumido nos dispositivos não parece alterar a qualidade do sono. Por outro lado, notificações noturnas e longas horas de uso do celular impactam negativamente o sono, sem relação com a exposição à luz azul.

Em termos técnicos, a luz emitida pelo celular não é suficiente para causar efeitos significativos no sono, de acordo com o estudo realizado.