Novo Estudo, Vacina do Butantan Mostra 89% de Proteção Contra Dengue Grave e com Sinais de Alarme

A eficácia geral contra dengue sintomática do imunizante foi de 67,3%, sendo 75,8% para o sorotipo DENV-1 e 59,7% para DENV-2. Não houve infecções por DENV-3 e 4. Segundo a série histórica do Ministério da Saúde, houve uma redução nos casos de dengue entre 2017 e 2018, seguida por um surto de 1,5 milhão de casos em 2019. Mesmo durante o pico de casos, a vacina continuou protegendo contra a doença.

A diretora médica do Instituto Butantan, Fernanda Boulos, ressalta que é normal que os anticorpos diminuam ao longo do tempo, mas isso não significa que a proteção contra a doença seja comprometida. Não foram identificadas preocupações adicionais de segurança durante a observação prolongada da vacina contra a dengue.

O esquema de dose única da vacina do Butantan pode facilitar a adesão e a logística de vacinação, ao contrário de outros imunizantes que exigem duas ou três doses. O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue ao SUS, destinada a crianças de 10 a 14 anos. Em 2024, São Paulo registrou 2 milhões de casos de dengue e 1.500 mortes até agosto, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A vacina da dengue é resultado de uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, iniciada em 2009. Os primeiros resultados da fase 3 do estudo, publicados no New England Journal of Medicine em janeiro deste ano, demonstraram uma eficácia geral de 79,6% ao longo de dois anos, com destaque para os sorotipos DENV-1 e DENV-2. O imunizante também se destacou internacionalmente, com um acordo de desenvolvimento firmado com a farmacêutica MSD em 2018 para acelerar os estudos e registro da vacina no Brasil e no exterior.