Aldeia Amazônica Isolada Ataca Madeireiros Com Arcos e Flechas

Indígenas pertencentes ao povo Mashco Piro, considerada a maior tribo isolada do mundo, confrontaram madeireiros suspeitos de invadir seu território na região Amazônica do Peru. Um incidente ocorreu no dia 27 de julho, quando um madeireiro foi ferido por uma flecha disparada por um membro da tribo na bacia do rio Pariamanu.

A FENAMAD (Federação Indígena do Rio Madre de Dios e Afluentes) relatou o ocorrido na última segunda-feira (5) e ressaltou a urgente necessidade de proteção do território da tribo contra a crescente exploração ilegal de madeira na região amazônica. A região de Madre de Dios, onde ocorreu o incidente, encontra-se próxima à fronteira com o Brasil.

Imagens inéditas surgiram recentemente, mostrando 53 homens da tribo Mashco Piro em busca de comida às margens do rio Las Piedras. Essas fotos são consideradas evidências da proximidade perigosa das madeireiras com o território da tribo amazônica isolada, de acordo com especialistas.

A ONG Survival International estima que cerca de 100 a 150 membros da tribo estiveram presentes no local, incluindo mulheres e crianças. A organização está pressionando o governo peruano a intervir e controlar a situação, considerando a falta de medidas de proteção e o aumento de madeireiras ilegais no território Mashco Piro.

Um representante da FENAMAD afirmou à CBS News que a área onde o incidente ocorreu era uma concessão florestal até novembro de 2022 e que não há registros de novas concessões para exploração de madeira na região. A falta de medidas de proteção por parte do governo peruano e o aumento da presença de madeireiras ilegais podem causar consequências devastadoras para a tribo Mashco Piro.

Um relatório da ONU sobre os direitos dos povos indígenas revelou que o governo peruano reconheceu em 2016 que os Mashco Piro e outras tribos isoladas ocupavam territórios permitidos para exploração madeireira. A falta de demarcação do território e a interação inadequada com as tribos isoladas têm gerado preocupação, apesar das evidências da presença da tribo na região desde 1999.