Países Apoiam Brasil em Fazer Bilionários Pagarem para Salvar o Clima

Na última semana, em uma reunião no Rio de Janeiro/RJ, o G20 — grupo composto pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das principais economias do mundo, incluindo a União Africana e a União Europeia –, debateram a proposta do Brasil de taxar as fortunas dos bilionários.

Ana Toni, secretária nacional de mudança do clima, apresentou a iniciativa brasileira de um imposto global de 2% sobre a riqueza dos super-ricos. O objetivo seria utilizar os recursos para combater as mudanças climáticas ou a pobreza.

De acordo com um relatório do economista Gabriel Zucman, a taxação dos aproximadamente 3 mil bilionários do mundo (0,00004% da população mundial) arrecadaria entre US$ 200 e US$ 250 bilhões anualmente. Além disso, a extensão da taxa para aqueles com riqueza superior a US$ 100 milhões geraria de US$ 100 a US$ 140 bilhões adicionais.

Diversos países da Europa, América Latina e África expressaram apoio à posição do Brasil, conforme o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos). Incluindo França, Espanha, África do Sul, Colômbia, bem como os países da União Africana.

Embora os líderes financeiros do G20 não tenham chegado a um acordo, uma declaração conjunta mencionou que os indivíduos com “patrimônio líquido ultra-alto” deveriam contribuir com uma parte justa em impostos. O texto também defendeu o incentivo a debates sobre princípios tributários e a criação de mecanismos antievasão fiscal.

No entanto, os Estados Unidos e a Alemanha foram os principais oponentes. O Ministério das Finanças da Alemanha considerou a ideia irrelevante, enquanto a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou que a política tributária global é complexa de coordenar.

Apesar da posição contrária dos Estados Unidos, pesquisas indicam que a população do país apoia o aumento de impostos sobre os super-ricos. Além disso, organizações como a Oxfam destacam que o crescimento acelerado da riqueza dos bilionários já justificaria um imposto anual de 12,8%, resultando em uma arrecadação significativa.

O 1% mais rico do mundo capturou 63% do crescimento econômico nos dois anos seguintes ao início da pandemia, conforme o The Guardian. Em meio à urgência das mudanças climáticas, é importante ressaltar que cada bilionário emite, em média, um milhão de vezes mais dióxido de carbono do que o cidadão global comum.

Por outro lado, registros recentes da ProPublica revelam que bilionários como Elon Musk pagavam uma taxa de imposto de 3,27%, enquanto Jeff Bezos menos de 1%.